Lisboa, 03 ago (EFE).- A ministra espanhola da Ciência e Inovação, Diana Morant, afirmou hoje que a colaboração científica com Portugal “está de boa saúde” e terá “muito mais” com os fundos europeus e a “vocação” dos dois países a investir em setores como o de energia, que proporcionarão soluções “mais limpas e baratas”.
“Em ambos os países, colocamos a ciência no centro das decisões políticas. A ciência vai ser o que nos vai iluminar sobre qual é o melhor futuro para os nossos países”, explicou Morant durante uma visita ao Laboratório Ibérico Internacional de nanotecnologia. , em Braga (norte de Portugal), com a sua homóloga portuguesa, Elvira Fortunato.
Salientou, em conferência de imprensa, que na última década a produção científica realizada em colaboração por Espanha e Portugal duplicou em relação à década anterior.
Além disso, “esta produção científica é de maior qualidade, dado que 25% desta produção está entre os artigos que mais têm consultado pelo resto da comunidade científica”, acrescentou.
Este compromisso, disse, vai traduzir-se também na cimeira ibérica agendada para outubro em Viana do Castelo (norte de Portugal).
O ministro lembrou que além do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, Espanha e Portugal lançaram um centro de investigação em armazenamento de energia em Cáceres, que conta com um investimento de 74 milhões de euros.
O FUTURO É RENOVÁVEL
“Portugal e Espanha apostam como nenhum outro país da Europa nas energias limpas e renováveis porque sabemos que o futuro é renovável”, o que leva a ser “mais responsável com o planeta e mais inteligente”, já que estas energias são mais baratas, diz Morant .
Lembrou que o armazenamento de energia é “o grande desafio” na aposta nas energias renováveis e sublinhou que Espanha “já produz mais energia do que consome”.
Destacou também a importância do programa aeroespacial luso-espanhol, uma “Constelação Atlântica”, que levará ao lançamento de dezasseis satélites no espaço (oito para cada país) para observação da Terra.
Uma iniciativa que vai contribuir para a prevenção e controlo de emergências climáticas, como os incêndios “que assolam Portugal e Espanha”, disse.
Fortunato sublinhou ainda a aposta de Portugal em promover a colaboração científica e tecnológica com Espanha e anunciou que os dois países estão a preparar vários memorandos de entendimento.
ATAQUES AO CSIC
O ministro espanhol referiu-se ao ciberataque sofrido pelo Conselho Superior de Investigação Científica (CSIC) em meados de julho e sublinhou que o centro recebe diariamente 260 mil tentativas de ataque e que este caso gerou “uma confusão”, mas não perdas materiais.
“Precisamos estar cientes de que o agressor do século 21 vem e vai do espaço”, disse Morant.
Anteriormente, em entrevista ao RAC1, o ministro tinha sublinhado que o alcance do vírus era limitado – afetou cerca de 7 centros dos 140 que a agência reúne – e não comprometeu a informação relevante. EFE
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