Ex-presidente do Equador pede desculpas à Espanha por ‘genocídio’ da conquista: ‘É um fato histórico inegável’
MADRI, 14 de novembro (EUROPA PRESS) –
O ex-presidente do Equador Rafael Correa acredita que é hora de os países que já reconheceram Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela “corrigir” essa “estupidez” e brincou que, com o aumento dos preços do petróleo, o presidente Nicolás Maduro “não é mais tão ditador quanto parecia” aos olhos da Europa e dos Estados Unidos.
Correa afirmou que a Europa seguiu o “ridículo” dos Estados Unidos ao endossar Guaidó, que em janeiro de 2019 se proclamou “presidente encarregado” da Venezuela, afirmando a legitimidade de sua liderança na Assembleia Nacional. “Não é porque não gostam de uma eleição na Venezuela que reconhecem um cara que se proclamou presidente em uma praça”, argumentou em entrevista à Europa Press, antes de dizer apontar: “Vou me proclamar rei da Espanha, vamos ver se me reconhecem.”
Agora é a hora de “corrigir humildemente o que eles nunca deveriam ter feito”, especialmente quando os Estados Unidos deixaram países nominalmente aliados “em paz”. Segundo Correa, exemplos como o da Venezuela mostram que o governo americano “age apenas de acordo com seus interesses”.
As saudações do presidente da França, Emmanuel Macron, ou do primeiro-ministro de Portugal, António Costa, a Maduro durante a COP27 em Sharm el Sheikh (Egito) mostram, para Correa, “os efeitos do preço do petróleo”, o “ duplo padrão internacional” que, segundo ele, é essencial em contextos de crise.
Nesse sentido, instou a levar em conta que “a Venezuela está bloqueada” e “tem uma economia de guerra”, o que a impediria de ser julgada segundo “parâmetros normais”, os de “um país onde nada acontece”. Correa reconheceu que as condições na Venezuela podem ser melhoradas, mas enfatizou que elas só podem ser avaliadas com imparcialidade quando as sanções “criminais” forem levantadas.
Para o ex-presidente equatoriano, é preciso “entender o contexto”. “É como se eu dissesse que o maior desrespeito à liberdade de imprensa seria proibir a mídia pró-Rússia na Europa. Você tem que entender que eles têm um conflito à sua porta”, explicou a-.
O PERDÃO DA ESPANHA
Por outro lado, Correa expressou sua opinião de que a Espanha deveria se desculpar pela conquista, assim como o Papa Francisco fez “pelo que a Igreja Católica permitiu”.
“É um fato histórico inegável o genocídio que foi colonização, o saque que foi colonização”, argumentou o ex-presidente. “Acho que nem seria necessário pedir, para a Espanha se desculpar, teria que ser algo espontâneo”, concluiu.
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