Deputada Mariana Mortágua assume a liderança do Bloco de Esquerda em Portugal

Lisboa, 28 de maio. A deputada Mariana Mortágua foi eleita este domingo nova coordenadora do Bloco de Esquerda Português (BE) com o desafio de ultrapassar a perda de votos registada em 2022 e evitar em Portugal “uma rampa escorregadia à direita e à extrema direita”.

A lista que liderou recebeu 439 votos em 654 delegados na XIII Convenção Nacional do BE, uma mudança ao fim de 11 anos com a veterana Catarina Martins à frente do partido, que levou o grupo a vitórias históricas em 2015 mas também a resultados mínimos na última eleições gerais. ano.

No discurso de encerramento da convenção, Mortágua criticou a “degradação da vida pública” com a maioria absoluta do governo socialista, que qualificou de “um tormento de degradação e instabilidade e causa de vergonha nacional”. ciclo de incerteza”.

“As patologias do poder transformaram a política num triste entretenimento” e a atual gestão “é um jogo perigoso porque, mais cedo ou mais tarde, onde reina o medo, acontece o pior”, alertou.

Prometeu ainda que Portugal “ainda não viu nada da força” do partido e ofereceu um programa de “uma boa vida” que exige “uma economia que se encaixe nos limites naturais do nosso planeta” e que promova os serviços públicos.

Eleitoralmente, disse querer que o BE seja “a oposição” na Madeira ao conservador Partido Social Democrata este ano e, nas eleições europeias, seja “a terceira força a derrotar o Chega (ultradireita) e a Iniciativa Liberal, face às alianças europeias de extrema-direita”.

Mortágua, 36 anos e deputado do BE desde 2013, é doutorado em economia e foi até agora vice-presidente do grupo parlamentar, com enfoque maior nas finanças.

Sucede a Catarina Martins, uma das arquitetas da “geringonça”, o pacto entre os Socialistas com o BE e o Partido Comunista que levou António Costa ao poder em 2015, e que acusou este sábado o Governo de “degradar” as instituições e “ contaminar o debate democrático”.

O BE, fundado em 1999, deve agora tentar inverter a perda de votos que registou nas eleições de 2022, quando caiu de 19 para apenas 5 lugares e foi relegado para a quinta força política em Portugal, muito atrás do extrema-direita Chega. .

A renovação da liderança do Bloco de Izquierda completa a mudança iniciada na esquerda portuguesa em novembro, com a saída do histórico líder comunista Jerónimo de Sousa, e a eleição de Paulo Raimundo nas horas mais baixas do Partido Comunista, que n tem apenas 6 assentos hoje.EFE

cch/amg

Filipa Câmara

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