Quando em 3 de agosto de 2020, o rei emérito visitou os Emirados Árabes Unidos, o fez com a intenção declarada de não atrapalhar o trabalho de seu filho, Felipe VI. Dois anos depois, Juan Carlos I fez de Abu Dhabi sua residência permanente por enquanto e fez uma breve visita à Espanha, sem sinal de retorno até agora.
A 5.600 quilômetros de Madri, aquele que foi monarca por quase 40 anos decidiu deixar o Palácio de la Zarzuela e partir para o país do Golfo Pérsico, onde ainda se hospeda em um chalé às portas da capital como hóspede de honra de seu príncipe herdeiro, Mohammed bin Zayed al Nahyan, que lhe proporcionou todo o conforto desde que se mudou para lá.
“Guiado pela convicção de prestar o melhor serviço aos espanhóis, às suas instituições e a ti como Rei, informo-te da minha ponderada decisão de me mudar, neste momento, para fora de Espanha”, era a mensagem da carta. deu ao filho para formalizar sua despedida.
Um exílio que ocorreu em um momento em que a sombra da Justiça pairava sobre sua cabeça. No entanto, a promotoria da Suprema Corte concordou em março passado em arquivar as três investigações sobre supostas irregularidades fiscais em seus últimos anos como líder do país e aquelas após sua abdicação em junho de 2014.
Apesar da sua saída, o ex-Chefe de Estado, avançou na carta a Felipe VI que “naturalmente” pretendia viajar “com frequência à Espanha, que levo sempre no coração, para visitar a família e os amigos”, e ainda salientou a possibilidade de voltar a residir no país. Mas, por enquanto, o soberano, que completa 85 anos em janeiro próximo, não deu nenhuma pista sobre quando poderá retornar permanentemente. Também não há data para a sua segunda visita a Espanha, depois daquela em que jogou de 19 a 23 de maio, quando esteve quatro dias em Sanxenxo (Pontevedra) com o amigo Pedro Campos para desfrutar da vela. Essa viagem terminou em Zarzuela, onde ficou 11 horas para conhecer Felipe VI e comer com a família antes de retornar a Abu Dhabi.
Fontes à sua volta especificam que a sua próxima visita poderá ocorrer no início de setembro, embora o destino seja Cascais (Portugal), uma cidade muito querida por Don Juan Carlos, já que ali passou parte da sua infância.
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