Reprodução de um dodô, uma ave que não voa, semelhante a um peru, que desapareceu no século XVII.
O dodô era abundante nas Ilhas Maurício, mas sucumbiu poucas décadas após a chegada dos navegadores portugueses
Colossal Biosciences, que quer “desextinguir” o dodô, assim como o mamute lanoso e o tigre da Tasmânia
a história de dodô, um pássaro que não voa que era abundante nas Maurícias antes da chegada dos colonos portugueses, é um exemplo clássico de extinção de uma espécie. O animal não demonstrou medo de humanos vagando pelo Oceano Índico, então esse pássaro parecido com um peru era uma presa fácil para a caça. Espécies invasoras que acompanhavam os marinheiros, como ratos, faziam o resto. O dodô sucumbiu em poucas décadas. Não sobreviveu ao século XVII.
Mas acabamos com a engenharia de DNA. Esse é o plano da empresa americana Colossal Biosciences, que quer “desligar” o dodô, assim como o mamute lanoso e o tigre da Tasmânia. O cofundador da empresa de biotecnologia, Ben Lamm, diz que o projeto dodô, espécie extinta pela ação humana, pode abrir caminho para a recuperação da biodiversidade animal, ameaçada pelo avanço da civilização do homo sapiens.
Para ressuscitar o dodô, o Nicobar Pigeon (seu “parente” mais próximo) e a diferença genética com as espécies extintas está sendo analisada para determinar quais genes eram mais característicos da ave de Maurício. O que será criado, se bem-sucedido, será, portanto, uma nova espécie. Pode não ser uma réplica exata do dodô. Não só por questões genéticas, mas também porque o ambiente em que viviam os dodôs até quatro séculos atrás mudou radicalmente, não existe mais como era.
esqueleto de dodô
É aí que reside a principal crítica que alguns conservacionistas fazem a esse tipo de iniciativa. Eles não podem ser usados como um álibi para evitar a destruição da biodiversidade atual. Além do mais, o que faríamos com animais extintos? Eles poderiam retornar a um ambiente natural ou acabariam em gaiolas ou fazendas?
A Colossal Biosciences recebe investimentos milionários para esses projetos, embora a compensação econômica para esses projetos não seja clara. Lamm garante que essas linhas de pesquisa também podem levar a avanços em diferentes terapias para humanos.
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