Lisboa, 27 de março (EFE).- Muitos gols, futebol ofensivo e um Cristiano Ronaldo animado marcaram o início da ‘era’ de Roberto Martínez como técnico de Portugalque, no entanto, ainda mostrou alguma aspereza em campo.
Dez gols marcados, incluindo 4 de Cristianoe nenhum contra um início promissor de Martínez, que conseguiu em pouco tempo transmitir à equipa portuguesa a sua ideia de jogo agressivo.
Ainda que Liechtenstein e Luxemburgo não são a priori os rivais mais formidáveispermitiu levantar ligeiramente a cortina destas novas “quinas”.
As visitas ao Grão-Ducado, por exemplo, foram frequentes durante os oito anos de Fernando Santos como treinador, período em que o Luxemburgo foi um osso duro de roer.
Em suas duas viagens ao pequeno país em duelos classificatórios, Portugal suou para vencer a equipa do Luxemburgo por 0-2 e 1-3 em 2019 e 2021, respectivamente, exibições que estão muito longe do retumbante 0-6 de domingo.
Para os primeiros jogos das eliminatórias da Copa da Europa de 2024, o técnico catalão optou pela segurança no elenco e no onze titular, com algumas exceções.
O destaque foi a inclusão no meio-campo de Palhinha, que faz uma temporada sensacional no inglês Fulham, no lugar de Betico William Carvalho, titular do Santos que ficou de fora do elenco.
Como já havia feito na Bélgica, Martínez entrou em campo com três zagueiros centrais e os laterais quase como alas.
Depois, uma larga linha de médios ao serviço dos dois primeiros, que desta vez foram João Félix e Cristiano Ronaldo.
CRISTIANO SORRI DE NOVO
O regresso triunfante de Cristiano à seleção de Portugal após a tempestade que lhe causou o Mundial no Qatar 2022 marcou este início de ciclo, em que o capitão e referência português voltou a sorrir com a camisola do seu país.
Isso confirma o fim de uma fase sombria de sua carreira, marcada pelos conflitos no Manchester United e pelos desentendimentos com o Santos, que o rebaixaram ao banco de reservas.
Longe está a imagem de um Cristiano choroso após a eliminação de Portugal frente a Marrocos nos quartos-de-final do Qatara última Copa do Mundo de sua carreira.
Meses depois, volta com duas duplas em duas partidas, exibições com maior envolvimento coletivo e até um novo recorde na carreira, o de jogador mais disputado por uma seleção (198).
A partida contra o Liechtenstein, em Lisboa, mostrou que ele continua sendo o grande ídolo dos compatriotasque cantou seu nome repetidamente e explodiu de euforia quando marcou.
A mesma coisa aconteceu em Luxemburgo, onde os torcedores até assobiaram de desgosto quando Martinez entrou como reserva no segundo tempo.
Tudo isso não poderia ter acontecido, já que durante a coletiva de imprensa que antecedeu o primeiro jogo, Cristiano revelou que após a Copa do Mundo cogitou a possibilidade de deixar a seleção.
“Pensamos, pensamos, tivemos muito tempo para pensar, minha família e eu, mas chegamos à conclusão de que, estando ou não em um momento ruim, não podemos jogar fora toalha.” , ele declarou.
O jogador saudita do Al-Nassr também agradeceu ao novo treinador por o ter feito “perceber” que ainda tem “muito para dar à equipa” após uma entrevista.
Cristiano não poupou elogios a Roberto Martínez, que trouxe ‘ar fresco’ à equipa.
“UM LONGO CAMINHO A PERCORRER”
4-0 no Liechtenstein e 0-6 no Luxemburgo Confirmaram a previsão de Cristiano e deixaram Martínez satisfeito, que no entanto sublinhou que ainda há ‘um longo caminho a percorrer’.
Após o duelo de domingo, o treinador explicou que este período foi “apenas um ponto de partida”, embora “muito positivo”.
Como já havia feito antes, disse estar insatisfeito com o primeiro tempo de Portugal contra o Liechtenstein, em que lutou para furar a defesa rival e não conseguiu impor velocidade suficiente no jogo.
Ainda frente ao Luxemburgo, a equipa das “quinas”, que na altura liderava por 4 a 0, abrandou e entrou numa espécie de “piloto automático” que só foi interrompido pela entrada de Rafael Leão para a END.
Mas os resultados foram positivos. Portugal lidera o Grupo J e, liderado por Roberto Martínez, conseguiu vencer as duas primeiras partidas de uma pré-eliminatória pela primeira vez desde 1996.
O seleccionador de Portugal tem agora até Junho para se preparar para os próximos duros desafios frente à Bósnia e à Islândia.
Miguel Conceição
(c) Agência EFE
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