MADRI, 9 de agosto (EUROPA PRESS) –
O governo da Venezuela alegou que uma decisão judicial de um tribunal de Lisboa lhe concedeu o direito de recuperar cerca de 1,5 mil milhões de dólares que ficaram presos em Portugal devido a diferenças políticas sobre a legitimidade da administração liderada por Nicolas Maduro.
Os dirigentes chavistas partilharam esta quarta-feira nas suas redes sociais o conteúdo de uma frase que daria luz verde a Caracas para aceder às contas do Novo Banco em nome de diversas instituições públicas venezuelanas, incluindo a petrolífera nacional PDVSA ou o Banco de Desenvolvimento Económico e Social ( BANDAS).
“O governo bolivariano vence o processo e recupera os seus bens em Portugal”, anunciou o ministro das Comunicações, Freddy Ñáñez, na sua conta da rede social X, antigo Twitter. “Mil e quinhentos milhões de dólares foram liberados pelo Novo Banco”, disse.
Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yván Gil, comemorou que “a Venezuela ganha o caso” e “recupera o controlo dos activos em Portugal”, um passo que atribuiu ao “longo trabalho” e “sobretudo” à “resistência” do povo venezuelano e o governo de Maduro, “que não se deixam subjugar pelas ameaças do imperialismo e pela capitulação do golpe”.
O próprio Maduro tinha pedido às autoridades portuguesas, em abril de 2019, a devolução do dinheiro bloqueado, que ascendia a mais de 1,7 mil milhões de dólares. Portugal, tal como outros países, questionou a propriedade destes fundos depois de dezenas de governos estrangeiros terem deixado de reconhecer Maduro como o presidente legítimo da Venezuela.
A situação é agora diferente na Venezuela, já que até a Assembleia Nacional eleita em 2015 e dominada pela oposição eliminou a figura do “governo interino” assumido em Janeiro de 2019 pelo então presidente do Parlamento, Juan Guaidó. Esta Assembleia continua a funcionar apesar de lhe faltar poder real, e nos últimos meses os países críticos de Maduro aliviaram a pressão política sobre ele com vista a alcançar algum tipo de acordo político.
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