O papa Francisco nomeou nesta terça-feira o cardeal Matteo Zuppi como o novo presidente da conferência episcopal italiana, enquanto a Igreja italiana enfrenta crescentes pedidos para iniciar uma investigação independente sobre abusos sexuais cometidos por padres.
A decisão amplamente antecipada de Francisco foi anunciada no segundo dia do conclave da primavera da conferência episcopal.
Zuppi, 66 anos, arcebispo de Bolonha, é filiado à Comunidade Sant’Egidio, uma instituição de caridade católica próxima ao pontífice.
A Igreja Católica italiana é uma das poucas na Europa Ocidental que não abriu seus arquivos para investigadores independentes para avaliar a extensão dos abusos e encobrimentos.
Tais investigações na Irlanda, Bélgica, Holanda, Alemanha e França mostraram falhas sistêmicas que permitiram que milhares de menores fossem abusados por padres católicos. Igrejas na Espanha e Portugal concordaram recentemente em realizar pesquisas semelhantes.
Mas na Itália, a Igreja resistiu aos apelos de sobreviventes, ativistas e da mídia, embora a liderança da Conferência Episcopal tenha dito que está aguardando uma decisão sobre seu novo presidente para avaliar a questão.
O presidente cessante da conferência, cardeal Gualtiero Bassetti, falou sobre o assunto em termos gerais, mas não anunciou medidas específicas.
“Ratificamos nosso compromisso com a proteção de menores e a prevenção de abusos”, disse Bassetti.
“Nossa intenção é promover uma melhor compreensão do fenômeno do abuso infantil para avaliar as medidas de proteção e prevenção e torná-las mais eficazes”, acrescentou, sem dar detalhes.
Ao contrário de outros países, onde os próprios bispos elegem o presidente da conferência episcopal, na Itália é o papa que o elege, já que ele também é bispo de Roma. Neste caso, o Papa Francisco escolheu entre três nomes apresentados pelos bispos.
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