O Papa Francisco afirmou, durante o congresso mundial de prefeitos sobre cidades ecossustentáveis organizado pela Pontifícia Fundação Scholas Occurrentes e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), que quer viajar para a Argentina ano que vem.
“Minha ideia é ir ano que vem, vamos ver se dá“, assegurou o pontífice quando questionado sobre esta possibilidade, embora ainda não tenha sido confirmada pelo Vaticano. Francisco fez esta revelação durante o encontro a que assistiu esta quinta-feira na Aula Magna do Instituto Patrístico Augustinianum, uma das sedes da Pontifícia Universidade Lateranense.
É uma iniciativa sobre biodiversidade e sustentabilidade nas cidades latino-americanas que faz parte do projeto Escola Laudato Si, promovido pelas Scholas Occurrentes e CAF. O evento, além da apresentação do pontífice, reuniu o presidente da CAF, Sergio Díaz-Granados, além dos prefeitos de muitas cidades latino-americanas e funcionários da Scholas.
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Durante o evento, o Papa saudou os jovens das Scholas Occurrentes da Argentina, Estados Unidos, México e Amazônia colombiana, assim como um grupo de idosos e jovens espanhóis que fazem parte do programa educativo intergeracional “Estar Juntos”. .
Scholas Occurrentes é uma Organização Internacional de Direito Pontifício criada por decreto do Papa Francisco, presente em 190 países e que, por meio de sua rede, integra mais de meio milhão de escolas e redes educativas. Já a CAF, com sede em Caracas e criada em 1970, é formada por 20 países – 18 da América Latina e Caribe, Espanha e Portugal – e 13 bancos privados da região. La Escuela Laudato Si’, que conta com jovens da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, Haiti, Itália, México, Panamá, Paraguai e Portugal, foi lançado o ano passado para animar os jovens de todo o mundo e protegê-los o ambiente.
O Papa Francisco, de 86 anos, visitará a Mongólia de 31 de agosto a 4 de setembro, anunciou o Vaticano em comunicado neste sábado, sem dar mais detalhes sobre o programa da viagem. Esta é a primeira visita de um papa a este país asiático predominantemente budista, que tem uma das menores comunidades católicas do mundo, com apenas cerca de 1.500 pessoas de um total de três milhões de habitantes, segundo o Vaticano.
Francisco, que prefere a “periferia” aos redutos católicos ocidentais, anunciou em fevereiro que planejava visitar este país, com o qual a Santa Sé estabeleceu relações diplomáticas em 1992. Localizado entre a Rússia – da qual foi satélite da era soviética – e a China – que absorve 86% de suas exportações – a Mongólia é uma nação rica em recursos minerais. Mais de um terço de seus habitantes são pastores nômades.
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Desde o desmantelamento da União Soviética e o estabelecimento de um regime democrático em 1990, o país tem sido atormentado pela instabilidade política e tem sido afetado por vários escândalos de corrupção. Em agosto de 2022, o papa nomeou cardeal o missionário italiano Giorgio Marengo, prefeito apostólico da capital mongol, Ulaanbaatar. Aos 48 anos, ele se torna o cardeal mais jovem do mundo.
Esta visita “insere-se na ambição da Mongólia de estar presente como um player internacional tido em conta. Qualquer visita oficial é bem-vinda, especialmente porque permite legitimar sua posição e diversificar suas relações externas”, disse à AFP Antoine Maire, pesquisador associado da Fundação para Pesquisa Estratégica especializada na Mongólia.
Mongólia, dependente “das exportações para a China e das importações de petróleo refinado da Rússia […], está a tentar sair deste isolamento tentando preservar a neutralidade e desenvolvendo relações privilegiadas com outros parceiros”, acrescentou. A viagem pode ser ofuscada pela sombra da China, com a qual a Santa Sé renovou em 2022 um acordo histórico assinado em 2018 sobre a espinhosa questão da nomeação dos bispos.
O texto atraiu críticas de dentro da Igreja, pois alguns o veem como uma interferência de Pequim na vida dos quase 10 milhões de católicos que vivem na China, onde igrejas foram destruídas e creches religiosas fechadas, em meio a uma severa restrição de liberdade religiosa. No entanto, segundo Antoine Maire, a Mongólia não parece capaz de desempenhar um papel intermediário nas relações entre os dois Estados.
Desde sua eleição em 2013, o chefe da Igreja Católica fez 41 viagens ao exterior e visitou cerca de sessenta países. Apesar de sua saúde cada vez mais delicada (foi internado no final de março por pneumonia e precisa se locomover em cadeira de rodas ou bengala por causa de dores no joelho), Jorge Bergoglio continua viajando.
Depois das passagens pela República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Hungria este ano, de 2 a 6 de agosto, ele planeja visitar Portugal para as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) e Marselha (sul da França) no dia 23 de setembro. Ele também mencionou planos de visitar a Argentina e a Índia em 2024.
Fonte: Europa Press/AFP.
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