BRUXELAS, 6 de outubro (EUROPA PRESS) –
Os líderes da União Europeia desistiram na sexta-feira de discutir expressamente a política comum de migração para salvar a Declaração de Granada do veto da Hungria e da Polónia, que bloquearam o texto durante horas, numa tentativa de impor aos 27 o compromisso de que as decisões sobre migração e o asilo será feito por unanimidade – em vez da actual maioria qualificada – o que na prática conferiria um direito de veto nas negociações do Pacto sobre a Migração e o Asilo.
“A questão da migração não pôde ser aprovada porque dois Estados-membros não concordam”, anunciou o primeiro-ministro português, António Costa, durante uma conferência de imprensa após a cimeira informal de líderes de Estado e de governo da UE realizada na cidade andaluza.
Em troca, segundo informaram fontes europeias, o parágrafo sobre migração que foi eliminado do documento validado no dia 27 será publicado como uma “comunicação do Presidente do Conselho Europeu”, Charles Michel, reduzindo assim o seu peso político.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, explicou à imprensa após a cimeira antes de concluir que foi o “desacordo de vários Estados-membros”, referindo-se à Hungria e à Polónia, o motivo do bloqueio da declaração de Granada que as delegações negociaram nos últimos dias.
Em todo o caso, Macron quis esclarecer que considera “secundário” que uma Declaração formal surja da reunião de líderes porque o essencial é que as questões de imigração sejam decididas por maioria qualificada e pediu “para não fetichizar” o texto. enquanto o objectivo é continuar a avançar na reforma da imigração com o apoio de uma maioria “muito significativa” de países.
O primeiro-ministro do Luxemburgo, Xavier Bettel, disse aos jornalistas que saíam da cimeira horas antes do final da cimeira que a adoção de uma declaração que marcaria a reunião de Granada “não é uma prioridade” para os líderes no que diz respeito à questão subjacente da imigração.
Tal como Bettel e Macron, outros parceiros como os líderes da Finlândia, Grécia e Bélgica abandonaram a cimeira antes da sua conclusão, sem esperar pelo fim das discussões sobre migração e pela clarificação do formato do texto final.
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