Luís Cunha, ou vendedor de castanhas assadas no Luxemburgo

Faça chuva ou faca sol, Luís Cunha não chegou ao seu posto. Este sábado, como todos os sábados, é dia de vendas, sem frio, sem água caindo na neve ou nos impedindo de fazer o que amamos. Este sábado, como todos os sábados, ele está ali, parado no estacionamento do centro comercial Primavera, em Gasperich, sob o guarda-chuva vermelho, a preparar castanhas assadas.

Como manda a tradição, a época do outono e do inverno desperta ou desvia desta iguaria portuguesa. “Quentes e boas do norte de Portugal”, lê-se num quadro de ardósia encostado ao atrelado. Uma dúzia custa seis euros. Quer estejam dirigindo o carro ou saindo do shopping com as compras, eles simplesmente não resistem às típicas castanhas. Logo atrás de você, faça fila para se preparar para sair do forno.

Luís Cunha das Castanhas

Aos 68 anos, Luís continua a sua carreira na genética. Agora você corta as castanhas, agora você assa na assadeira, agora você coloca mais sal, agora você cheira o milho, para ter certeza de que está bem feito. Usando roupas e ossos à moda antiga, fala com os seus clientes, sempre em português, às vezes em francês, e garante: “Vão ver como são deliciosos!”

Luís é natural de Mirandela, mas viveu em Lisboa durante 30 anos. Na capital, dois vendedores de castanha sempre foram clientes habituais. Quando fui ao Luxemburgo em 2006, achei muito estranho ir ao Outono e ao Natal sem esta tradição portuguesa. “Faltava tudo”, lembra ele.

Em 2010 apresentou à associação CASA a ideia de vender castanhas assadas no Grão-Ducado. “A ideia era criar uma equipe especializada em diferentes cidades, com 20 ou 30 máquinas espalhadas pelo país.” Como nessa altura não sabia fazer castanhas e não tinha máquina de assar, decidi ir a Lisboa descobrir esta arte. “Comprei uma máquina e aprendi a fazer castanhas, desde cortar até assar e assar.”

Um luxo da gastronomia portuguesa

De repente o vendedor diz: “Ei, está um pouco seco aqui, não é? Espera…” Enquanto isso, ele coloca mais sal no forno. “Põe lá a mão. Está úmido! Tem vapor! Esse é o segredo.” Para que a castanha seja boa, reveladora ou especialista, ou cozinheiro é preciso ter cuidado. Um rosto prático como você deseja. “Cada formato é diferente: não demora muito. Ao mesmo tempo, não vai dar as mesmas tensões, depende da temperatura do forno e de quando assar.

Ou que ao Luís não falta prática. Não precisa ser perfeito. Vende castanhas há mais de 13 anos. Com a ajuda da CASA, abriu um ponto de venda na Place de Paris em 2010. “Na altura vendia quatro euros por dia, o que era muito caro. Voltemos a seis anos atrás, há mais de dez anos e com toda a inflação. Faziam entrou com entrada, muitos luxemburgueses e poucos portugueses, porque são caros”, afirma.

Dois anos depois, a CASA começou também a criar a sua própria loja de castanhas e Luís perdeu o cargo na Place de Paris. Mas eu não desisti. “Para não sair da presença mínima, que é quase obrigatória, tive esta parceria como a Primavera, há uns seis ou sete anos. A máquina e as castanhas só estão aqui. presença Deixou de existir. Sou um cota, mas alegria de cá estar”, brincou o vendedor, com uma gargalhada.

De outubro ao início de janeiro, vende castanhas em frente ao centro comercial Gasperich todas as quintas, sextas e sábados, das 11h00 às 18h00. Para além da sua atividade, Luís também cria pintura e tem realizado diversas exposições, trabalhando em Lisboa e depois no Luxemburgo, desde 2012.

Na verdade, o vendedor não tem muito. Ele diz que mudou de carreira e de objetivos quando quis experimentar algo novo. Em Portugal, decoração, cenografia e sonoplastia, marketing e comunicação social, com colaborações em revistas e semanários. Quando cheguei ao Luxemburgo trabalhei numa pizaria, depois de fazer engenharia civil, colaborei com a revista CASA e ainda era taxista.

Hoje está reformado, mas continua ativo, porque os antigos estão sujos. “Tenho outro negócio com azeite de excelência que vemos de Portugal. Como as castanhas são apenas um complemento artístico, porque o fazem com a mesma dedicação. Não é dinheiro: “É um luxo da gastronomia portuguesa para o Luxemburgo”.

Suzana Leite

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