Um arquipélago no meio do Atlântico procura startups e talentos tecnológicos para impulsionar o seu crescimento económico. Os empreendedores da Web3 estão rumando para esta região.
O arquipélago da Madeira, em Portugal, tem sido elogiado pela sua beleza natural, mas uma população crescente que necessita urgentemente de uma economia mais diversificada está a levar os governos locais a explorar tecnologias emergentes, como a blockchain.
Segundo Rogério Gouveia, secretário financeiro do governo regional da Madeira, as empresas tecnológicas emergentes representam cerca de 30% das duas empresas da Zona Franca da Madeira, uma zona económica especial que oferece vantagens fiscais às empresas, incluindo uma redução do imposto sobre as empresas. União e a emissão de impostos sobre ganhos de capital para determinadas empresas.
“Para as empresas que pretendem estabelecer-se na região, o principal incentivo fiscal está na Zona Franca da Madeira ou no Centro Internacional de Negócios. Esta zona oferece um regime fiscal preferencial, limitando o imposto sobre as sociedades a um máximo competitivo de 5%.” É importante notar que este não é um paraíso fiscal. Este esquema funciona dentro de um conjunto estruturado de regulamentos e está sujeito a auditorias rigorosas tanto pelas autoridades fiscais nacionais como pela Comissão Europeia”, disse Gouveia ao Cointelegraph na Madeira Blockchain Conference.
Uma das empresas por trás do ecossistema Web3 da Madeira é a Yacooba Labs, uma empresa de desenvolvimento de software que utiliza tecnologia blockchain para soluções blockchain, abordando questões como mercados secundários dispendiosos e fraude de rendimentos.
Além disso, os incentivos fiscais da Madeira são conjugados com outras iniciativas destinadas a reorientar a região turística para uma economia de base tecnológica, incluindo um foco na educação em tecnologias de informação nas escolas locais. Isto contrasta fortemente com a população de 50% analfabeta da ilha na década de 1970.
A Madeira também está a trabalhar numa rede de pagamentos que irá ligar os comerciantes locais e simplificar o câmbio para os turistas. Ainda em fase de estudo de viabilidade, a rede utilizará principalmente a tecnologia blockchain para permitir que os turistas carreguem e utilizem um único cartão de débito em todo o sistema para todos os produtos e serviços. O mesmo sistema de cartões será utilizado para otimizar as operações governamentais, incluindo o pagamento de benefícios sociais, como bolsas de estudo, aos residentes.
“Queremos ver este modelo tornar-se viável. Estamos a usar a Madeira como laboratório para esse modelo, da mesma forma que a região foi usada no passado para testar outras tecnologias”, observou Gouveia, acrescentando que ao longo das décadas, o arquipélago serve também para validar outras tecnologias em Portugal, como o 4G e a televisão aberta.
O Cointelegraph está presente na segunda edição do Madeira Blockchain 2023, que decorreu entre 30 de novembro e 1 de dezembro. A conferência reuniu empresas Web3 de todo o mundo que estão moldando os modelos de negócios e tecnologias do futuro.
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