Mário Centeno sobre a crise política: “instabilidade, seja qual for a origem, não rima com crescimento económico”

O governador do Banco de Portugal voltou à decisão do governo e às eleições anteriores, indicando que as crises que o país enfrentou na primeira década do século XXI também levarão à interrupção das legislativas.

A primeira resposta de Mário Centeno, em entrevista no CNN International Summit, à questão sobre os impactos da crise política na economia portuguesa foi um tweet alusivo ao relatório anterior. “Se olharmos para o campo da inteligência artificial e perguntarmos, você tem outra pergunta para mim?” Respondeu então com mais seriedade, sublinhando que “a instibilização, seja qual for a fonte, não rima com crescimento económico”.

“Na primeira década deste século, Portugal viveu três legislaturas interrompidas. Há quem pense que as dificuldades económicas encontradas neste período nada têm a ver com isso, estão desiludidos, porque tem”, acrescentou.

Já o Governador do Banco de Portugal sublinhou que é também “muito importante que valorizemos as conquistas estruturais que a economia portuguesa obtém e que se refletem nas decisões das famílias e das empresas”.

Considerando estas conquistas, Mário Centeno destaca como essenciais “como economista e decisor político”. “Em primeiro lugar”, disse ele, “há a nossa capacidade de aumentar as qualificações”. Já ou “segundo pilar” significa “estabilidade financeira alcançada após o programa de ajustamento”.

Centeno refere ainda que “temos uma divisão que tem algo inferior à espanhola”, que vai cair de forma “não paralela” na Europa. “Só estes indicadores podem explicar porque é que Portugal convergiu durante tantos anos com a média europeia.”

Questionado sobre a declaração do vencedor do Prémio Nobel Paul Krugman de que esta terceira semana chamou Portugal de “uma espécie de milagre económico”, Centeno afastou-se dessa caracterizou: “Depois de 30 anos a estudar economia, tenho tendência a não fazer nada para “se usar o palavra milagre associada a processos económicos, procuro estudar um lanche e procuro perceber onde vemos esse crescimento em Portugal”, respondeu.

O governador acrescentou que “Portugal é um país que apresenta números que não são reportados neste caso, tendo gasto 80% em dois dias entre 2000 e 2017 em incumprimentos por défice excessivo – nenhum país não teria crescido de forma sustentável se o fizéssemos”. .” não invista”

“O nosso saldo atual de capitais é este ano, em setembro, positivo em mais de 6 mil mil euros, enquanto no ano passado, na mesma data, foi negativo em mais de mil mil euros”, sublinha.

A inflação está caindo a um ritmo muito mais rápido do que subiu.

Centeno entende também que a inflação vai cair “a um ritmo muito superior ao ritmo a que tem subido”, mesmo que pareça “estou a esforçar-me demasiado para celebrar a vitória”. “Esse combate à inflação causou muitos danos, ainda vai fazer certas coisas”, diz, referindo-se aos impostos que, jura, “nunca vão aumentar em tão pouco tempo”. “Essa é a principal preocupação.”

O governador diz ainda que “há um entendimento muito claro do conselho dos governadores do BCE sobre as consequências” dos aumentos “para as famílias”, mas também qual é o objetivo, “que é apenas uh, baixar a inflação para 2% É isso que vai acontecer e podemos ter parte dessa garantia.

“Há um ano que vivemos com uma espécie de apenia, questionando-nos aonde isto nos vai levar, agora podemos dizer uma coisa boa: a diferença entre as taxas nominais de imposto e a inflação vai aumentar e este indicador” que é importante para todos nós, então, por mais alguns meses, enquanto isso está prestes a acontecer, a situação financeira continua a melhorar”, afirma.

Sobre os impactos da guerra no Médio Oriente, Centeno sublinha que “o preço do petróleo bruto será mais baixo desde o conflito”. Na Europa, não há comparação possível com a invasão do território ucraniano pela Rússia. »

Alex Gouveia

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