Ministro das Infraestruturas português demite-se após escândalo da Operação Influencer

MADRI, 13 de novembro. (EUROPA IMPRENSA) –

O ministro das Infraestruturas de Portugal, João Galamba, apresentou esta segunda-feira a sua demissão, poucos dias depois de ter sido acusado no âmbito da operação “Influencer”, que investiga possíveis crimes de prevaricação e tráfico de influência na adjudicação de contratos no setor . .

“Informo que apresentei ao primeiro-ministro a minha demissão do cargo de ministro das Infraestruturas”, lê-se no comunicado enviado por Galamba à comunicação social portuguesa.

Galamba, que nos dias anteriores sublinhou não ter intenção de se demitir, garantiu que finalmente tomou esta decisão após “profunda reflexão pessoal e familiar” de forma a garantir a “tranquilidade” e discrição dos que lhe são próximos.

“Apresentei a minha demissão sabendo que as condições políticas de que dispunha para exercer as minhas funções não estavam esgotadas”, disse Galamba, que sublinhou que durante o seu mandato agiu em “total cumprimento” das prioridades da UE e do Governo no transição energética.

Da mesma forma, observou que sempre trabalhou para garantir que matérias-primas críticas como o lítio “possam trazer novos investimentos, tecnologias e empregos altamente qualificados” ao país.

Galamba sublinhou que a sua demissão não significa que assuma o crime de tráfico de influência de que está acusado e que se coloque à disposição da Justiça para esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir durante a investigação ao seu trabalho à frente das Infraestruturas. portfólio.

Na semana passada, o primeiro-ministro António Costa apresentou a sua demissão depois de o Ministério Público o ter informado de que o seu nome aparecia nas escutas telefónicas de vários suspeitos deste complô, embora mais tarde tenha de admitir que foram cometidos erros nas transcrições destas últimas e que este será o ministro da Economia, António Costa Silva.

A Operação “Influencer” está a investigar irregularidades alegadamente cometidas em diversas concessões de exploração de lítio, num projeto de produção de energia de hidrogénio em Setúbal e Sines, e na construção de um data center nesta última cidade pela empresa Start Campus.

Além de Galamba, outras oito pessoas foram acusadas destes acontecimentos, entre as quais o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, o empresário Diogo Lacerda Machado e o antigo chefe de gabinete da Costa, Vítor Escária, bem como dois administradores do Start Campus. Afonso Salema e Rui de Oliveira Neves.

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu na quinta-feira passada resolver esta nova crise política com a dissolução da Assembleia – marcada para 15 de dezembro – e a convocação de novas eleições para 10 de março de 2024.

Alex Gouveia

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