A nadadora espanhola Sarai Gascón deixa claro que quer se posicionar “entre as melhores” em seu esporte em 2023, um “ano muito importante para a celebração da Copa do Mundo em Manchester (Reino Unido), para “começar”. os Jogos Paralímpicos de Paris em 2024 onde sonha com o ouro, uma medalha que lhe falta e um desafio “difícil”, mas para o qual procurará lançar a sua “melhor versão”.
“Esse ciclo paraolímpico é mais curto, apenas três anos. 2023 será muito importante, temos a Copa do Mundo em Manchester no final de julho, e lá serão obtidas as vagas para os Jogos de Paris. Devemos ser muito fortes e tentar obter boas notas antes de 2024, a competição mais importante para um atleta”, disse Gascón em entrevista à Europa Press, após receber seu diploma como bolsista do Comitê Paraolímpico Espanhol (CPE) e da Fundação Iberdrola España.
No entanto, o Mundial de Manchester não é a única motivação para Gascón, que vai preparar “outras provas” nas quais tem “opções” de sucesso. “Nunca se deve deixar passar as oportunidades”, frisou, ao repetir que o seu “objetivo é conseguir uma medalha no Mundial”. “Se puder ser mais de um, tanto melhor. Quero me posicionar entre os melhores para já fazer uma ‘corrida’ por Paris”, disse a nadadora, que tem o ouro olímpico entre as sobrancelhas.
“É a medalha que sinto falta, sei que é muito difícil, mas porque não. Treino para conseguir as minhas melhores prestações, os meus melhores recordes pessoais, para dar a minha melhor versão. Mas não consigo controlar o que os outros nadadores, Espero que bons treinos sejam combinados com sorte e eu consiga essa medalha de ouro”, afirmou com firmeza.
A nadadora catalã de 30 anos já tem uma prata em Pequim 2008, uma prata e um bronze em Londres 2012, três pratas no Rio 2016 e uma prata e um bronze em Tóquio 2020. Além disso, em 2022, ela mostrou que pode continuar a competir com os melhores, conquistando cinco medalhas, duas de prata (200m medley e revezamento 4×100 medley misto) e três de bronze (50m e 100m livre e revezamento 4×100 livre misto); tudo isto na sua categoria de deficiência física S9 no Mundial do Funchal (Portugal).
Um exemplo de que não perdeu a motivação, “por cima” apesar dos mais de 20 anos passados na piscina. “Surgiram novos rivais, mais jovens, estou ficando mais veterano, algo que também tem seu ponto positivo. Procuro aproveitar tudo de bom que aprendi nesses anos, aplicando-os nos “treinos e competições para continuar melhorando. Sempre digo que na natação tudo se decide em décimos e vou tentar fazer de tudo para continuar subindo ao pódio”, explicou.
No entanto, Gascón reconheceu que “às vezes a motivação diminui um pouco, porque todos os anos é a mesma coisa”. “Me ajuda a traçar metas de curto prazo. Por exemplo, não só pensar na Copa do Mundo deste ano, mas também no fato de que daqui a um mês vai ter o Campeonato Espanhol. Também metas técnicas, nervosismo e a soma de tudo isso vai permitir-me controlar tudo e manter esta motivação”, disse sobre a sua forma de continuar a desfrutar da natação no dia a dia.
“Toda vez que vou a um grande evento fico super nervoso, é difícil controlar esses nervos, mesmo que eles sejam bons em parte porque dão aquela descarga de adrenalina. Mas eles podem pregar uma peça em você. Tenho competido por 21 anos e ainda estou nervoso, jogamos tudo em um minuto, é normal esse nervosismo aparecer”, afirmou.
O seu estatuto de veterano e a maior experiência permitem-lhe fazer um balanço da gestão da natação paralímpica nos últimos anos. E o catalão, que lembrou que o programa ADOP não existia na sua infância – começou em 2004 -, sublinhou o contributo privado de empresas como a Iberdrola ou a AXA. “A Fundação AXA ajuda muito com promessas a quem quer participar em grandes torneios. Dá os meios, cria competições, para que os nadadores cumpram os seus objectivos”, sublinhou.
E uma dessas promessas da natação paraolímpica espanhola é Anastasiya Dmytriv, de Almería, campeão mundial dos 100m peito aos 13 anos na última Copa do Mundo. “Me sinto refletida nela. Também comecei muito ‘jovem’, aos 14 anos ela foi campeã mundial e tem um caminho muito longo pela frente, o importante é que ela se divirta, já é uma boa atleta. Que continue assim alcançar objetivos, mas sem colocar muita pressão”, aconselhou Gascón à nova esperança da natação adaptada.
Por fim, a catalã falou sobre a sua outra vocação, a docência, desde que estudou educação pré-escolar, formação que agora pretende concluir como professora primária. “Sempre pensei que quando me aposentasse não saberia se continuaria aproveitando meu dia a dia, mas a educação infantil me encantou. Passei seis meses em uma escola e curti muito. Consegui conciliar bem , apesar de terem sido meses muito difíceis”, concluiu.
“Defensor apaixonado da internet. Amante de música premiado. Totó de café. Estudioso de mídia social ao longo da vida.”