México. No início de 1964, Gilberto Bosques Saldívar, que era embaixador do México em Cuba desde 1953, pediu ao presidente Adolfo López Mateos que o retirasse do serviço. O motivo era explícito: Gustavo Díaz Ordaz havia sido desmascarado como candidato à presidência da República e não queria nada com “aquele homem”. Ele era seu compatriota e o conhecia bem, então sua aposentadoria voluntária foi premonitória…
Em Cuba, eles devem se lembrar mais dos esforços que Bosques fez para salvar os cubanos nos últimos anos da ditadura selvagem de Batista. Basta mencionar dois nomes entre os muitos que chegaram ao México por meio dele: Raúl e Fidel Castro Ruz.
Anteriormente, de 1946 a 1950, Bosques serviu como embaixador em Portugal, de onde conseguiu salvar e salvar a vida de quase mil refugiados espanhóis. Mas a mais volumosa de suas façanhas ocorreu na França, onde, como cônsul geral, permaneceu desde o início de 1939 até o final de 1942, quando foi feito prisioneiro com todo o pessoal mexicano em um hotel de Bad Godesberg, perto de Munique. . . Ele permaneceu lá por 14 meses até que os mexicanos foram trocados por prisioneiros alemães.
Foi nesses quatro anos “franceses” – aliás, nos últimos meses que Bosques já era Ministro Plenipotenciário, além de Cônsul – que ocorreu o gigantesco trabalho de resgate. Estamos falando de 40.000: isso não é verdade! Se contarmos corretamente, é bem mais que o dobro. A maioria deles eram republicanos espanhóis, é verdade, mas também havia italianos, franceses, alemães e outras nacionalidades, além de cerca de cinquenta mexicanos que faziam parte das brigadas internacionais, entre os quais o oaxaca Néstor Sánchez, o mais experiente deles tudo. .
Nem todos vieram ao México, é verdade, mas estavam protegidos por um documento emitido pelos representantes mexicanos. Havia também Luis I. Rodríguez Taboada, que era embaixador em 1940, e o acordo que conseguiu extrair do fascista Philippe Pétain, que colocou todos os refugiados que se encontravam na França cinicamente chamada “livre” sob a proteção da França. Lábaro mexicano e foram considerados em trânsito para o nosso país. Foi, no final, um verdadeiro salva-vidas.
É por isso que parece ridículo equipará-lo a Oskar Schindler, cujo ato salvou apenas 1.100 judeus.
– Aquilo é –
Díaz Ordaz correspondeu às expectativas. Para suceder Bosques em Cuba, ele nomeou um verdadeiro bandido e o resto é do conhecimento de todos…
Bosques sofreu uma espécie de ostracismo interno até que, aos 96 anos, o Ministério das Relações Exteriores, em ato presidido pelo subsecretário Roberto de Rosenzweig, realizado em 4 de agosto de 1988, deu um grande passo para o atual reconhecimento nacional. Por um lado, o abaixo assinado, na qualidade de gerente geral da área, havia promovido a produção de um livro elaborado por Graciela de Garay, fruto de uma longa entrevista com Bosques, apresentada naquele dia.
Ele, por sua vez, além de receber os queridinhos correspondentes, entregou ao Ministério das Relações Exteriores o que se poderia chamar de seu arquivo diplomático, que havia sido convenientemente guardado. Mais tarde, outras homenagens começaram a ser realizadas, embora ele pudesse comparecer a algumas, apesar de ter morrido aos 103 anos.
O que ainda é triste é que a cidade de Puebla se tornou um olho de formiga para fazer algum reconhecimento, embora não sua universidade ou seu Congresso, que levantaram a mão há muito tempo.
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