Talvez o caso não tivesse degenerado se não tivesse sido enquadrado por um governo Sob revisão. Em agosto, a Secretaria da Fazenda contratou Sérgio Figueiredo, ex-diretor de notícias da TVI, como consultor para avaliar o impacto das políticas públicas. Não ficou claro que isso era de responsabilidade dessa carteira ou que Figueiredo preenchia os requisitos para o cargo. Mas a assinatura desencadeou o debate sobre uma possível troca de favores quando foi lembrado que o jornalista havia contratado, em 2015, o atual ministro como comentarista político em seu canal. Figueiredo renunciou ao cargo, mas as dúvidas sobre o executivo permaneceram.
Não é preciso recuar muito para ver como outro ministro, desta vez o das Obras Públicas, foi desacreditado pelo director-geral, António Costa. Apenas 24 horas depois de anunciar um dos maiores investimentos públicos em décadas para um novo aeroporto em Lisboa, Costa acabou com isso. Bloqueada esta decisão, a carteira deve enfrentar a privatização da companhia aérea TAP, na qual o governo acaba de injetar 3.200 milhões de euros.
Neste contexto político e com uma crise subjacente, os portugueses aguardam com atenção os orçamentos de segunda-feira. Esta pode ser a última oportunidade para o governo retomar o controle de um mandato que hoje parece longo demais.
“Nerd de álcool. Leitor. Especialista em música. Estudante típico. Jogador irritantemente humilde. Especialista em zumbis. Solucionador de problemas sutilmente encantador.”