O superalimento que percorreu dois Andes e foi produzido em Barcelona – Prêmio Nacional de Agricultura

Durante a primeira colheita de quinoa, a polícia foi chamada porque poderia ser cannabis. Em 2023 serão vendidas 50 toneladas de quinoa fabricada em Barcelos, que, “além da terra do galo, é uma terra portuguesa de quinoa”, afirmou Filipe Figueiredo, CEO da QTP.

Em 2013, a quinoa foi eleita o alimento mundial do ano pela FAO, o que despertou o interesse de quatro jovens agricultores de Barcelona. A “ideia Louca” de conceber a produção de quinoa para Portugal começou a germinar. “Ficámos curiosos para saber se poderia ser cultivada em Portugal”, afirmou Filipe Figueiredo, CEO da QTP – Quinoa Portuguesa, que foi o convidado da segunda emissão de vídeos da série “Agricultura Agora, fala de sustentabilidade e ‘inovação”, que é realizado no âmbito do Prémio Nacional da Agricultura, uma iniciativa do Correio da Manhã, Jornal de Negócios e BPI, e que é patrocinado pelo Ministério da Agricultura e Alimentação e apoiado pela PwC.

Logo Em 2013, a Quinoa Portuguesa começou a testar plantações de quinoa, selecionando terrenos na Covilhã. Mas os primeiros passos não são muito positivos. Temos consciência de que a produção de quinoa “é muito exigente em termos de observação da cultura; somos de Barcelona e não podemos estar próximos em termos de cultura”, sublinhou Filipe Figueiredo. Ele disse ainda que a quinoa e seus benefícios eram desconhecidos: “Não era o superalimento que eu tinha na época, mas era um corpo estranho na sociedade e na nossa alimentação diária. Foi uma etapa difícil, mas ela continua apesar das limitações. “, disse Filipe Figueiredo.

Uma tonelada em um ano decisivo

Em 2015 passamos a produzir quinoa para Barcelos. “Foi um processo de aprendizagem porque, como não foi produzido mais internamente do que no Norte da Europa, foi um processo de tentativa e erro”, explica Filipe Figueiredo.

Dois anos depois, era hora de tomar uma decisão. Se não houver produção, “abandonaremos a produção”, mas obteremos os primeiros resultados com a produção de uma tonelada de quinoa. Aliás, a memória mais viva da primeira colheita foi ser chamada “à polícia porque pensavam que era cannabis, mas também para roubar plantas”, lembra Filipe Figueiredo.

Foram necessários quatro anos para tentar descobrir qual seria a estação do ano, que máquinas poderiam ser usadas, que tipos de variedades seriam plantadas e como elas se adaptariam melhor aos campos. Durante anos resistindo à frustração enquanto esperava provar o sucesso da quinoa.

Lisboa e cantinas escolares

Depois da primeira produção, segue-se o desafio de distribuir os primeiros dois mil quilos de quinoa portuguesa. Não conhecemos nenhuma rede de lojas e sites que vendam quinoa e foi necessário fazer esse trabalho. “Agora somos fortes em Lisboa, sobretudo nos restaurantes vegetarianos, veganos e agora estamos a entrar nas cantinas escolares, onde há crianças alérgicas ao glúten, intolerantes ou vegetarianas e que devem respeitar essa necessidade e a quinoa passa a ser um alimento de eleição para preencher. “Esses fatores. Estamos na área da panificação, da restauração, até ao consumidor final, queremos servir as pessoas de diferentes formas”, afirmou Filipe Figueiredo.

Em 2023, a QTP – Quinoa Portuguesa irá comercializar 50 toneladas de quinoa.

O tempo de cultivo da quinoa é de 100 dias, entre três meses e duas semanas. A quinoa é semeada no final de abril, início de maio e colhida no final de agosto, início de setembro. Segue-se a secagem, que, por sua vez, fica exposta ao sol, como antigamente acontecia com os cereais. Após a secagem dos cereais, limpe os grãos, selecione os grãos e acondicione-os entre o final de novembro e o início de dezembro.

Em 2023 vamos vender 50 toneladas de quinoa, e hoje iremos a Barcelos perguntar onde é produzida a quinoa e todas as pessoas nos dirão onde estão os terrenos, que podemos visitar. Francesa é a terra da quinoa portuguesa, que é o único produto em Portugal”, explica Filipe Figueiredo.

“Em termos de empregabilidade, reunimos entre 10 e 12 pessoas no auge do cultivo porque temos tecnologia suficiente para não precisar de muita mão de obra, porque mão de obra na agricultura é difícil de encontrar e cara. Estamos sempre procurando pessoas para ajudar nós. porque não é uma planta orgânica, dá muito trabalho”, afirmou Filipe Figueiredo.

Suzana Leite

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