Treze anos se passaram desde sua estreia na seleção espanhola de futsal, mas Patrícia González Mota (Madri, 35), mais conhecido como “Pequeno”, Ele continua a irradiar a ilusão do primeiro dia toda vez que La Roja sobe ao palco. Agora, o veterano craque da seleção nacional enfrenta um novo desafio, uma nova esperança: conquistar o terceiro Campeonato Europeu consecutivo com a Espanha em sua história. No Soccer City de Las Rozas, diante dos jogadores do Cláudia Pons sofreu duas derrotas contra o Brasil em dois amistosos de preparação para o torneio continental, Peque discute com o AS esse grande desafio que começa hoje contra Portugal (16:00, PDT), como “uma primeira final”, na cidade húngara de Debrecen (de hoje até 19 de março).
– Com que sentimentos a equipe chega a esse compromisso?
– Com muita vontade, muito entusiasmo. Esta Taça dos Campeões Europeus é especial, porque já não tenho 25 anos e o fim aproxima-se. Eu vejo o time muito bem. Ano após ano, forma-se uma equipe muito madura, que troca de peças, mas não perde sua essência. É muito importante não perder a essência e temos uma identidade bem clara. Estamos ansiosos pelo dia do primeiro jogo.
-Ele passou por um período de lesões no ano passado. Você deixou aquela fase ruim para trás?
-Agora no meu time somos um time muito curto e chego com muitos minutos nas pernas. Eu me cuido bem e chegarei em perfeitas condições.
-A seleção nacional tem pela frente o desafio de conquistar o seu terceiro Europeu consecutivo. Isso coloca pressão extra ou lhe dá mais motivação?
-Para nós será o primeiro e o único, o que conta. É verdade que jogamos as duas anteriores e tive sorte de estar lá e vencê-las, mas esta é outra. A pressão de ganhar a terceira Copa da Europa é muito legal, porque significa que você comemorou mais duas. Não temos pressão.
-A semifinal contra Portugal é uma final antecipada?
Sim, está claro para mim. É uma final esperada. Até o momento, a Ucrânia e a Hungria ainda têm um nível um pouco mais baixo, ainda têm algum tempo de trabalho. Mas, no fim das contas, se você quer ganhar a Eurocopa, tem que vencer os melhores. Não importa se é o primeiro jogo ou o segundo, porque iremos à morte em ambos. Em anos anteriores, nos encontramos na final e espero que o resultado seja o mesmo.
-Eles conhecem muito bem Portugal. Qual será a chave para vencer este jogo?
-Acho que sempre foi sobre manter a nossa essência. A Espanha nunca desiste. No ano passado, perdemos por 2 a 0 e vencemos nos pênaltis. Quando pensam que nos mataram, continuamos trabalhando. Estamos tão confiantes no que fazemos e em nós mesmos que é muito difícil lutar.
– Pensando em uma final hipotética, qual é a sua avaliação sobre Ucrânia e Hungria?
-Só pensamos em Portugal, não olhamos para além disso. Já que são playoffs, você não pode pensar mais.
– Pensando a longo prazo, também haverá Copa do Mundo Feminina (ainda sem data oficial). Está impaciente para chegar?
– Eu tenho o desejo. Mesmo qualquer jogador aposentado por alguns anos os teria. O importante é que seja feito no curto prazo, estando você presente ou não. O bom do futsal feminino é que existe união e eu vou ficar infinitamente feliz como se estivesse lá. Se houver uma Copa do Mundo e a Espanha jogar, sentirei que fiz parte da jornada. Agora temos 16 jogadores concentrados, mas o plantel é maior. Lembramos de muitas pessoas que estiveram aqui e chegaram à Seleção.
-No ano passado você admitiu que chegou a pensar em se aposentar devido a lesões. Essa ideia foi deletada?
-A aposentadoria está mais próxima. É uma palavra que as pessoas entendem como algo negativo, mas eu não entendo assim. Passa para outra fase. Tenho 36 anos, não só fisicamente ou psicologicamente, você também quer fazer outras coisas. Sou profissional desde os 18 anos e isso exige muito de você. Antes isso me compensava, mas agora tenho outras necessidades como pessoa. Estarei sempre ligado ao futsal porque é minha paixão, mesmo que seja jogar com meus amigos aos domingos. Devemos levantar o tabu e o medo quando falamos de desmame. É outro passo.
– Assim como outros esportes estão se desenvolvendo, como você vê a situação atual do futsal feminino?
Eu vejo como sempre. Somos um esporte muito punido. O futsal cresceu, mas fomos derrotados, porque tiraram muito das nossas bases. A visibilidade é dada a alguma coisa, mas eles a tiram de nós, enquanto eu acho que deveria ser dada ao pequeno coletivo. O futsal feminino foi muito prejudicado. Devemos obter mais ajuda. Dizem-nos que reclamamos, mas é só ver o tratamento diário que temos. É verdade que está melhorando, mas acho que deve ser um pouco mais de todos.
– O que você pede para o resto da temporada?
-acabar com tudo (risos). Comecei esta temporada com o objetivo de ganhar o Campeonato da Europa e absolutamente tudo pelo meu clube. Espero clarear a cabeça e então Deus dirá. Ganhei a Supercopa com o meu clube, que agora é terceiro no campeonato, e depois, aos poucos.
– De onde vem seu apelido?
-Tenho 1m50 então é fácil (risos). Começaram a me chamar na equipe onde eu estava, porque éramos três Patrícias. Tínhamos que nos diferenciar e desde pequenininha começaram a me chamar de ‘Pitu’. No futsi eu joguei com a Silvia ‘Pitu’, depois mudaram meu apelido para ‘Peque’.
Horários e cruzamentos da Eurocopa da Hungria
Sexta-feira 17: meias-finais
Espanha – Portugal (16h00)
Ucrânia – Hungria (19h30)
domingo 19
Terceiro e quarto lugar (17h00)
Fim (20h00)
“Fã de comida premiada. Organizador freelance. Ninja de bacon. Desbravador de viagens. Entusiasta de música. Fanático por mídia social.”