Lisboa, 22 de Outubro (EFE).- O político e académico português Adriano Moreira morreu este domingo aos 100 anos, uma perda que foi lamentada tanto pela presidência portuguesa como pelas diferentes forças políticas, que o definiram como uma “personalidade central” do século 20.
Moreira, nascido em 1922, foi delegado português nas Nações Unidas (1957-1959) e ministro do Ultramar (1961-1963) durante o “Estado Novo”, regime imposto por António Oliveira de Salazar.
Durante a democracia, esteve ligado ao partido CDS (Democratas-Cristãos), do qual foi presidente entre 1986 e 1988, foi deputado e vice-presidente da Assembleia da República (1979-1995).
Entre outros cargos, foi também professor do Instituto Superior de Guerra Naval e Presidente Honorário da Sociedade Geográfica de Lisboa e da Academia Internacional da Cultura Portuguesa.
Além disso, tornou-se o primeiro doutor honorário do Instituto Universitário Militar, que foi premiado em julho passado.
“Os portugueses na minha voz agradecem por 100 anos de vida, 100 anos de trabalho, 100 anos de serviço a Portugal”, disse aos jornalistas o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa.
Por seu lado, a ministra da Defesa portuguesa, Helena Carreiras, lembrou em nota de imprensa que Moreira foi “uma figura central na academia e na vida política portuguesas no século XX, atravessando dois regimes e marcando gerações de estudantes, investigadores, políticos e também a instituição militar”.
Destacou ainda o interesse do seu trabalho nas áreas do direito, relações internacionais e ciência política, bem como a sua “ação cívica e política, o seu humanismo e a sua reflexão sobre a língua portuguesa e o papel de Portugal no contexto atlântico”.
O Presidente da Assembleia da República Portuguesa, Augusto Santos Silva, relembrou-o num post no Twitter como “uma grande figura da democracia portuguesa”, que soube “reconhecer e integrar” e que serviu como “mestre de várias gerações” .
O CDS, por seu turno, assegurou em comunicado que Moreira, “um português superlativo”, “continuará a viver no legado de uma longa e rica vida de trabalho, ensino e serviço”.
O Partido Socialista, o Partido Social Democrata, o partido de extrema-direita Chega e a Iniciativa Liberal, bem como várias entidades académicas, também lamentaram a sua morte.
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