A Federação Portuguesa de Motociclismo (FPM) afirmou esta terça-feira que o piloto espanhol Marc Márquez “agiu de forma imprudente e irresponsável” no acidente com o português Miguel Oliveira, que atropelou durante o último Grande Prémio de Portugal.
O evento “foi lamentável; todos gostaríamos que não tivesse acontecido e vai ter um efeito muito grande” na época de Oliveira (RNF Aprilia), disse à EFE o presidente da FPM, Manuel Marinheiro.
Marinheiro exclui “qualquer intenção maliciosa” por parte do piloto da Honda; apenas “uma condição imprudente e irresponsável”.
No domingo, Oliveira foi atropelado por Márquez na segunda volta do GP de Portugal, a primeira da campanha, que deixou os dois fora da prova e mandou o piloto português para o hospital.
Márquez assumiu a responsabilidade e pediu desculpas ao rival e aos torcedores portugueses, que o vaiaram repetidamente.
Entretanto, o hexacampeão mundial foi penalizado com uma longa volta dupla na sua próxima corrida, anunciou a organização do MotoGP no Twitter.
A colisão também deixa Márquez e Oliveira fora do próximo encontro, o GP da Argentina.
O espanhol vai ficar afastado dos relvados após ser operado à mão direita, enquanto o português anunciou nas suas redes sociais que a lesão “não só o impede de andar, como também de andar de mota e curvar-se nas curvas”.
“É uma lesão que não é passível de cirurgia e que só o repouso ajuda a recuperar. Por isso não estarei presente no GP da Argentina”, disse.
“Altas expectativas”
Apesar deste primeiro contratempo, o presidente da Federação afirmou que “todos os portugueses têm grandes expectativas para esta temporada” de Miguel Oliveira, que se estreou pela nova equipa.
“Embora seja uma nova moto e uma nova equipe, a verdade é que ele mostrou tanto na corrida de sábado quanto no domingo, nas duas voltas que fez, que foi competitivo”, afirmou em declarações à EFE.
Em Portugal, “todos sabemos que o Miguel tem qualidade e capacidade para vencer”, acrescentou.
Miguel Oliveira, de 28 anos, tornou-se um ídolo no seu país, pelo que o abandono prematuro do GP de Portugal causou alvoroço entre os compatriotas.
Segundo Manuel Marinheiro, Oliveira trouxe “um enorme e extraordinário impacto” ao motociclismo português.
“Miguel trouxe efetivamente para o motociclismo a possibilidade de os jovens pilotos perceberem (…) que é possível chegar ao MotoGP”, argumentou.
Agora é preciso “mais apoios” a este desporto, porque “a comunicação social existe, agora é preciso talento, que tem de ser encontrado, nem sempre está à vista, e muito trabalho para conseguir criar um novo Miguel Oliveira”, comentou o presidente do PMF.
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