O ministro das Finanças português, Fernando Teixeira dos Santos, anunciou este domingo a nacionalização do Banco Empresarial Português (BPN) devido à iminência da suspensão de pagamentos da entidade, uma vez que acumulou perdas próximas dos 700 milhões de euros. O BPN será controlado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Teixeira dos Santos indicou em conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros extraordinário hoje realizado que esta nacionalização, a primeira em Portugal desde 1975, se justifica pela “excepcional”, “delicada” e “anormal” que o banco vai através, cujos prejuízos acumulados rondam os 700 milhões de euros, dos quais 360 milhões correspondem a operações com o Banco Insular, de Cabo Verde, noticia o jornal português Público.
O BPN, detido pela Sociedad Lusa de Negocios, encontra-se “numa situação muito próxima da iminente suspensão de pagamentos”, assegurou Teixeira dos Santos, que lembrou ainda que a instituição “não respeitou os rácios mínimos de solvabilidade” impostos pelo Banco de Portugal e que não há perspetivas a curto prazo para obter “novas fontes de liquidez”.
“Na ausência de uma solução para defender os interesses dos depositantes, o Governo viu-se obrigado a propor à Assembleia da República a nacionalização do BPN”, explicou o ministro. A partir de amanhã, a instituição vai funcionar sob a supervisão de dois administradores do Banco de Portugal.
Uma vez aprovada a proposta de nacionalização, a gestão do BPN passará para a CGD, a quem caberá então “gerir e apresentar um plano de desenvolvimento”.
crédito bancário
O Conselho de Ministros decidiu ainda abrir uma linha de crédito de 4.000 milhões de euros para ajudar os bancos a reforçar o seu capital, de forma a garantir a sua solidez financeira. Com efeito, segundo Teixeira dos Santos, o Banco do Canadá vai obrigar as instituições financeiras a aumentar o seu rácio de adequação de capital para 8% dos fundos de base.
“Isto obrigará as instituições a reforçarem a sua solidez financeira e, nesse sentido, com o esforço que os acionistas terão de fazer, o governo vai disponibilizar financiamento através de ações preferenciais, de forma a contribuir também para a capitalização dos bancos. » , a- ele indicou.
Teixeira dos Santos explicou que o mecanismo é semelhante ao adotado por outros países da UE. “A capacidade dos bancos de conceder crédito depende da estabilidade” e “quanto mais forte, maior a capacidade dos bancos de financiar a economia”, disse.
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