Carlos de Torres
Paris, 10 de agosto (EFE).- A seleção portuguesa composta por Iuri Leitão e Rui Oliveira fez história ao conquistar a primeira medalha de ouro olímpica em pista para o seu país, feito que aconteceu na categoria Madison, onde foi conquistada a prata. A Itália venceu, a Dinamarca ficou com a medalha de bronze e a Espanha só conseguiu terminar em nono após uma queda de Albert Torres.
No Vélodrome Nacional de Saint Quentin-En-Yvelines a dupla portuguesa foi de menos a mais e na reta final venceu a Itália por 8 pontos, com Viviani e Consonni, e a Dinamarca por 14, com Niklas Larsen e Michael Morkov.
A Espanha quis surpreender, mas a sorte revelou-se difícil para Albert Torres e Sebastián Mora, com a queda do primeiro a destruir qualquer hipótese de lutar pelas medalhas. Finalmente, e com Mora sozinho na pista, a Espanha terminou em nono.
Portugal nunca tinha conquistado o ouro na pista. Iuri Leitão, piloto da Caja Rural, conquistou na passada quinta-feira a prata no omnium e, juntamente com Rui Oliveira, ciclista dos Emirados Árabes Unidos, deram um passo histórico para o ciclismo português.
A dupla espanhola iniciou a prova ainda a lutar pelas primeiras posições, pelo que após o sétimo dos 20 sprints que compõem o Madison, Torres e Mora lideravam com 11 pontos, a 130 pontos do final.
Ainda havia muita gente, mas as primeiras sensações fizeram-nos sonhar com a luta pelo pódio. Uma Madison envolve muitas alternativas, momentos de mais ou menos inspiração, e normalmente a última fase da competição é decisiva.
A meio caminho e após o décimo sprint, Mora e Torres continuaram a lutar pelo pódio. A Itália, com Consonni e Viviani, assumiu o comando com 40 pontos, abrindo vantagem para Espanha, Nova Zelândia e Dinamarca, que se juntaram à luta na linha da frente.
A luta feroz e frenética no ringue do velódromo variava de momento a momento. O Japão obteve diversas pontuações que o colocam na zona de combate, em detrimento da Espanha que cai para o quinto lugar, com 15 pontos.
No último quarto, a Tcheca começou a se recuperar e somou 20 pontos que a levaram ao quarto lugar. A Itália reagiu atacando para defender a primeira posição. A dupla britânica perdeu opções com a queda de Oliver Wood.
A corrida estava ficando louca à medida que o fim se aproximava. Consonni e Viviani registaram uma diferença mínima sobre a Dinamarca e a República Checa a 25 voltas do fim. A Espanha estava a 25 pontos do bronze, mas uma infeliz queda de Albert Torres acabou com qualquer chance.
Indignado, o Minorquin, com o capacete quebrado, reclamou com os juízes, mas eles não permitiram que ele voltasse à pista. Após 20 voltas, as opções da dupla espanhola desapareceram.
Após o incidente, Portugal venceu a reviravolta, somando 20 pontos e desbancando a Itália do primeiro lugar. Rui Oliveira e Iuri Leitão, vice-campeão olímpico do omnium, desferiram o golpe num momento chave. Por sua vez, os transalpinos, afectados por uma queda, tiveram que regressar a meio da batalha.
Tudo foi decidido durante o último sprint. Marcação entre Portugal, Itália e Dinamarca. Os portugueses levaram o bolo num duelo emocionante. Uma medalha de ouro disputada do início ao fim, mas conquistada com estratégia inteligente em momentos-chave. EFE
soc/apa
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