Lisboa (Portugal), 2 de fevereiro (EFE).- (Imagem: Carlota Ciudad / Paula Fernández) Um em cada quatro jovens portugueses vive no estrangeiro enquanto Portugal carece de mão de obra qualificada em vários setores, um paradoxo que até escorregou na campanha pré-eleitoral e que a chegada de imigrantes em busca de um futuro melhor não resolve o problema. Carlos emigrou para Espanha porque em Portugal “sobreviveu” apenas com o salário mínimo. Ghada é libanesa e veio para Lisboa em busca de segurança e de um lugar para começar de novo depois de perder o seu negócio na Ucrânia. Estas são as duas faces de um país que vê sair anualmente cerca de 60 mil portugueses, 70% dos quais jovens com menos de 40 anos, segundo dados do Observatório da Emigração do Instituto Universitário de Lisboa (Iscte). IMAGENS DE RECURSO DE MARTIM MONIZ, DISTRITO MULTICULTURAL DE LISBOA E OS TOTAIS EM INGLÊS DO LIBAÊS GHADA ZOGHEIB, 39 ANOS, E EM ESPANHOL DE CARLOS BAPTISTA, PORTUGUÊS, 28 ANOS POR ORDEM DE APARÊNCIA. TRADUÇÃO DOS TOTAIS DE GHADA ZOGHEIB: 1.O meu primeiro destino foi vir para Portugal, vindo da Ucrânia. Primeiro porque conheci meu melhor amigo, que morava aqui. E assim foi mais fácil vir trabalhar aqui. E em segundo lugar, pela burocracia, como documentos oficiais e residência, para conseguir tudo isso. Portugal é considerado o país mais fácil entre outros países europeus. Essas são as duas principais coisas que me trouxeram aqui. 2.Os portugueses são muito amigáveis. Além disso, eles falam inglês, por exemplo. Não tive problemas de comunicação quando cheguei aqui. É fácil morar aqui, são pessoas muito acolhedoras. Eles adoram viver a vida, há festas por todo lado, carnavais… Também é um lugar muito seguro para morar. Por exemplo, posso chegar em casa à meia-noite e nada acontecer porque é seguro.