Lisboa, 14 de maio (EFECOM).- Espanha e Portugal vão defender perante Bruxelas uma agenda comum para gerir o impacto da seca com a guerra na Ucrânia como pano de fundo e garantir a autonomia alimentar europeia face a uma produção “ameaçada”, anunciaram hoje em Lisboa os ministros da Agricultura dos dois países.
O chefe da Agricultura, Pescas e Alimentação de Espanha, Luís Planas, e a sua homóloga portuguesa, Maria do Céu Antunes, insistiram que a gestão da água nesta “extraordinária” situação de seca deve ser tratada tanto no Parlamento Europeu como na Comissão e no Conselho em nível estrutural e sublinhou que este será um tema que apresentarão no Conselho Agricultura e Pescas da próxima terça-feira, em Bruxelas.
“Defendemos uma agenda comum na União Europeia”, afirmou o ministro espanhol, que explicou que, tal como Espanha e Portugal avançaram com o mecanismo energético, “agora o faremos na solução ibérica em torno da água, e isso significa precisamos de mais apoio na UE com a seca”.
Por isso, os dois ministros defenderam que a Comissão Europeia deve activar a “reserva de crise”, que garantiram já ter o apoio de outros países.
“A reserva agrícola é um instrumento extraordinário para situações extraordinárias e a seca é uma situação extraordinária. Por isso, Portugal e Espanha pedem a mobilização da reserva de crise”, resumiu Planas em conferência de imprensa juntamente com o seu homólogo português.
Maria do Céu Antunes lembrou que a Comissão Europeia prevê mobilizar a reserva para ajudar os Estados limítrofes da Ucrânia sendo que, “infelizmente, este não é o único problema que afeta a UE”.
“A seca, com uma dimensão claramente diferente mas igualmente grave, condiciona a atividade agrícola”, acrescentou.
Os ministros, que sublinharam as “magníficas” relações que existem entre os dois países, falaram também da presidência temporária do Conselho da União Europeia que Espanha vai assumir este verão e da agenda definida em Madrid para os próximos meses.
O impacto da guerra na Ucrânia, a seca, a soberania alimentar, as indicações geográficas protegidas, os produtos fitossanitários e as normas de rotulagem serão alguns dos temas que marcarão a agenda espanhola durante a sua presidência em Bruxelas, além da implementação da Política Agrícola Comum , que começa a ser aplicado este ano, e acordos com países terceiros.EFECOM
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