Portugal recebe Prémio Extremadura Muñoz Torrero dos Valores Democráticos

O Embaixador de Portugal em Espanha, João Mira-Gomes, recebeu esta segunda-feira o 2.º Prémio Muñoz Torrero dos Valores Democráticos e Constitucionais atribuído à nação portuguesa.

Durante a cerimónia de entrega dos prémios da Fundação Muñoz Torrero, realizada em Cabeza del Buey (Badajoz), intervieram o Presidente da Junta de Extremadura, Guillermo Fernández Vara, e a Presidente do Parlamento Regional, Blanca Martín.

Durante seu discurso, o Embaixador destacou que a Constituição de Cádiz de 1812, de cuja redação participou o político estremenho Diego Muñoz Torrero, “teve um papel fundamental na história” devido às influências nascidas nas colônias espanholas que posteriormente tornou-se independente, assim como no modelos constitucionais de Portugal e Itáliaentre outros territórios.

Mira-Gomes garantiu que as constituições em vigor nos dois países da Península Ibérica são “profundamente humanistas”, ao mesmo tempo que valorizou a boas relações entre os dois paísesendossado pelos “tratados exemplares” que as duas nações assinaram ao longo da história, como resumiu a Assembleia da Extremadura em um comunicado.

Para Fernández Vara, a irmandade entre Espanha e Portugal tem sido “fundamental” para o progresso dos dois países e lembrou que os dois territórios haviam alcançado a democracia quase ao mesmo tempo, um na forma de república e o outro na forma de monarquia parlamentar.

“Isto permitiu-nos ter uma Constituição graças à generosidade de uma geração de espanhóis e portugueses que decidiram reunir-se para garantir anos de progresso e paz”, sublinhou o Presidente da Estremadura durante a cerimónia.

Rui Nabeiro

Sobre o empresário português Manuel Rui Nabeiro, falecido este domingo em Lisboa e agraciado com a medalha da Estremadura, Vara destacou a sua figura como “ponte entre Espanha e Portugal”, um homem “cujos sonhos e projectos são os melhores exemplos daqueles que representam a união entre dois territórios”.

A presidente da Assembleia da Extremadura, Blanca Martín, indicou por outro lado que a soberania popular e a separação de poderes são “ferramentas fundamentais” para “defender o papel da política” na resolução de conflitos.

Martín afirmou que os valores que constavam da Carta Magna portuguesa de 1822 “continuam tão válidos e, sobretudo, continuam tão necessários” hoje.

“O meu desejo é que, tal como esta constituição triunfou em Portugal há 200 anos, também os valores democráticos e constitucionais acabem por triunfar às portas da Europa”, sublinhou.

Também participaram deste ato o eurodeputado Ignacio Sánchez Amor e a presidente da Fundação Muñoz-Torrero e prefeita de Cabeza del Buey, Ana Belén Valls.

Alex Gouveia

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