Lisboa, 26 Jan (EFE).- O Presidente de Portugal, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje que o governo socialista de António Costa tem de governar “melhor” e pediu à oposição mais “afirmação”, embora tenha descartado dissolver o parlamento e convocar eleições.
“A sociedade portuguesa em geral sente que a exigência é maior para o governo e para a oposição. Por isso disse que o governo tem de governar melhor e que a oposição tem, se possível, de ser mais assertiva”, afirmou em declarações aos jornalistas . à margem de um acto em Lisboa.
Rebelo de Sousa reagiu assim às declarações do líder do PSD (centro-direita), Luís Montenegro, que garantiu quarta-feira que não hesitaria em pedir ao presidente a convocação de eleições antecipadas caso Costa não endireite o caminho, após a demissão crise. sofrido por sua empresa.
Ninguém na oposição “neste momento está a defender a dissolução do Parlamento, o que faz todo o sentido”, declarou o chefe de Estado português, que lembrou que este é um “período muito crítico no estrangeiro” e “com consequências” em Portugal.
“Seria uma paralisação do país num momento crucial para a utilização dos fundos e para a economia portuguesa”, alertou.
Por isso, o governo “deve governar” e trazer “as mudanças que entende ser fruto da sua observação do que se passa na sociedade portuguesa e da capacidade que deve ter para responder aos problemas”.
Considerou ainda que o próprio executivo socialista acredita que a maioria absoluta não é um “escudo protetor ilimitado” e deve ir ao encontro das “exigências” e das “necessidades” dos portugueses.
O terceiro governo de Costa sofreu uma dúzia de baixas desde que assumiu o cargo em março passado, a maioria entre escândalos.
No total, caíram dois ministros e dez secretários de Estado por causa da sua gestão, do seu passado profissional, por terem estado ligados a investigações judiciais ou por motivos pessoais.
A crise causou estragos nos socialistas, de acordo com as últimas pesquisas, onde eles foram promovidos pela oposição conservadora.
O PSD obteria hoje 30,6% dos votos, contra 26,9% dos socialistas, uma ligeira diferença que se traduziria na prática numa igualdade técnica, segundo uma sondagem pitagórica encomendada pelo grupo TVI e CNN Portugal.
(c) Agência EFE
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