O PSD, embora enaltece a sua preocupação com o equilíbrio organizacional, afirma que a consolidação organizacional é “conjuntural e não estrutural” e não pode ser descrita como “contas certas”.
Sem limitar o debate à generalidade da proposta da Organização do Estado, Joaquim Miranda Sarmento criticou o caminho escolhido pelo Governo para o equilíbrio das contas públicas, ao mesmo tempo que elogiou a mudança de atitude dos socialistas.
O líder do grupo parlamentar do PSD afirma que a consolidação organizativa é “conjuntural e não estrutural” e que, por isso, não pode ser descrita como “contas certas”. “Não fomos enganados”, disse ele.
Defende ainda que este objetivo foi alcançado graças a “uma carga fiscal recorde” e que “o governo mal reduziu o défice porque impõe demasiados impostos aos portugueses”. Ainda Asim, o representante social-democrata chegou a elogiar “a conquista de um equilíbrio organizacional” que defende ser “sempre positivo”, sublinhando que “houve algo que o país conquistou durante estes últimos dez anos, tinha consciência de que o público de contas equilibradas, condição necessária, mas não suficiente, para o desenvolvimento económico.
“O PSD mantém a sua posição e as suas ideias como sempre, o rigor oral e o controlo das contas públicas. Quem mudou de posição foi o PS. Bom, antes tarde do que nunca”, declarou Miranda Sarmento.
Os pecados capitais do OE e as prioridades social-democratas
Miranda Sarmento enumera os “quatro pecados capitais” da proposta organizativa. A primeira é “o fracasso do crescimento económico”, porque, segundo ele, Portugal perdeu uma oportunidade de beneficiar “entre 2016 e 2019 de uma situação extremamente favorável”.
“Entre 2016 e 2019, Portugal tem o segundo maior crescimento económico dos países do Coesão. Entre 2016 e 2023, Portugal registou um crescimento médio de 2,1% ao ano, os outros 14 países do Coesão registaram um crescimento médio de 3% ao ano, ” ele disse.
Para o líder parlamentar social-democrata, o segundo “pecado capital” do OE é um “excesso fiscal”, dado que “todos os anos o governo vende duas reduções de impostos a ilusões, depois das quais os portugueses aceitarão a dura realidade de um aumento carga tributária”.
O deputado do PSD referiu ainda “a fragilidade dos investimentos públicos”, defendendo também a venda de “ilusões” por parte do executivo. “Todos os anos o governo também vende a ilusão de aumento do investimento público, para que possamos então aceitar a dura realidade de que pouco foi alcançado.”
Por fim, Miranda Sarmento criticou a “deterioração dos serviços públicos”, nomeadamente nas áreas da saúde, educação, transportes, justiça, segurança e defesa.
“Os portugueses pagam o máximo em impostos para receberem, em troca, serviços públicos mínimos (…) Isto é mais do que um OE de empobrecimento dos portugueses e de aumento da dependência do Estado”, frisou.
Elencando os “pecados capitais”, Miranda Sarmento avançou ao elencar as prioridades do seu partido ao discutir a proposta organizativa do Executivo para o próximo ano: o aumento do rendimento familiar, o aumento da produtividade da economia, da saúde e da habitação. Educação.
Entre estas prioridades estão medidas já estabelecidas como o alargamento do IRS Juventude, a decisão do IRC de 21% para 19%, a celebração de contratos de saúde com os setores social e privado e o programa de apoio à compra da primeira casa.
“Este é um orçamento socialista que carece das mudanças estruturais que Portugal necessita. Os mais de 20 anos de estagnação económica não são uma inevitabilidade, mas sim uma consequência (…). O país está hoje mais pobre, no fim da Europa e” Com menos perspetivas de futuro, isto mostra a má política do Partido Socialista”, concluiu o líder parlamentar do PSD.
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