O vice-presidente da Administração Nacional dos Portos (ANP), Daniel Loureirodisse que o porto de pesca capurro,
um trabalho que exigiu um investimento de cerca de 100 milhões de dólares
ficará pronto no final do primeiro semestre deste ano.
Loureiro disse ao El País que ainda se aguardam os interessados na concessão dos serviços que seriam prestados às embarcações pesqueiras internacionais. “Caso algum interessado se manifeste, será concedida a concessão do porto pesqueiro de Capurro”, explicou o titular da ANP.
Pelo menos quatro extensões de chamada foram feitas. Nenhum empresário interessado estava presente. Descobriu-se que a falta de interesse se deve às obras que a concessionária teria que realizar e ao alto custo dos royalties.
Questionado se a diretoria da ANP já deu prazo para declarar nula a licitação para a concessão do porto de pesca, Loureiro respondeu que ainda não há deliberação a respeito.
Caso nenhum interessado compareça à convocatória, o Estado terá de tratar das obras de dragagem e manutenção do porto do Capurro, disse Loureiro.
Neste caso, as referidas obras exigirão um investimento da Administração Nacional dos Portos que será de aproximadamente 11 milhões de dólares norte-americanos.
Apesar desta situação incerta, as autoridades da ANP já decidiram que as embarcações pesqueiras nacionais e a empresa Tsakos vão se instalar no porto de Capurro. Na madrugada de 8 de dezembro de 2022, a doca flutuante da empresa Tsakos afundou, afetando três navios e dois guindastes. A barragem era um elo fundamental na cadeia produtiva da pesca em geral.
Numa reportagem elaborada para a Revista Naval e a que também o El País teve acesso, Loureiro explicou que o futuro terminal de pesca do Capurro vai permitir a atracação, alistamento e exploração comercial das frotas pesqueiras, nacionais e estrangeiras.
Numa primeira fase, acrescentou o responsável, prevê-se a concessão de um sector destinado à pesca extra-regional, para depois construir outro sector para a pesca nacional de modo a substituir e melhorar as instalações inicialmente dotadas pelo antigo cais de pesca de Mántaras, cuja localização é sendo usado para construir o terminal UPM Pulp.
O setor a ser concedido foi projetado para acomodar cerca de cinquenta navios, sendo 35 médios e 15 maiores. Terá cerca de 1.000 metros de cais a uma profundidade de sete metros, metade dos quais será utilizada para operações de carga/descarga de produtos da pesca.
Adjacente às docas operacionais, existirá uma esplanada de três hectares para a localização de instalações como frigorífico, classificação de pesca, fábrica de gelo, integração e armazenamento de contentores frigoríficos, subestação elétrica, instalações para operadores, etc. Inclui-se ainda a construção de um aterro costeiro com cerca de nove hectares para instalação de atividades ligadas à pesca e à atividade portuária em geral.
Segundo o El País, as autoridades da ANP tiveram contatos recentes com oficiais da Marinha e lhe ofereceram uma vaga no porto de Capurro. Para isso, foi necessária a construção de um píer adicional que seria exclusivo da base naval. O custo deste trabalho não foi divulgado.
A Marinha se mostrou entusiasmada com a iniciativa, pois sairia da incômoda situação em que se encontra atualmente, convivendo com dezenas de caminhões saindo e entrando diariamente com contêineres do terminal de Cuenca del Plata, consórcio formado pela Katoen Natie e a National Ports Administração.
O muelle que hoje ocupa a Armada pasaría ao Terminal Cuenca del Plata, segundo consta no acuerdo firmado entre o Estado uruguaio e Katoen Natie em 2001. O tema da base naval em Capurro ainda não está definido, dijo uma fonte portuária a El País.
O presidente da Câmara dos Agentes Pesqueiros Estrangeiros (Cap), Aldo Braida, faz um balanço crítico sobre a concessão a um único empresário de todos os serviços que serão prestados no porto pesqueiro de Capurro. “Temos algumas incertezas. A licitação foi novamente prorrogada. Não foi declarado nulo. Repito, estamos em uma nebulosa. É evidente que faltam interessados nesta concessão”, disse Braida ao El País.
Agora começou a temporada de pesca em alto mar. Nos primeiros dias de dezembro, a frota asiática (navios chineses e coreanos) zarpou. Enquanto os barcos espanhóis e portugueses começaram a partir na sexta-feira 6. Após a saída dos barcos de pesca, o sindicato que reúne os armadores estrangeiros vai analisar a questão de Puerto Capurro, acrescentou Braida.
Reiterou que não concorda com o formato que a Administração Nacional dos Portos pretende dar à concessão do serviço no Porto do Capurro. E lembrou que a frota pesqueira estrangeira exige uma série de serviços -combustível, carga e descarga de pescado, caldeiraria, troca de tripulação, reabastecimento, conserto de equipamentos eletrônicos e caixas para armazenar o produto-, o que a torna “inviável” para essas tarefas a ser executado por uma única empresa concessionária.
Por isso, Braida entende que no porto de Capurro deve haver livre concorrência entre todas as empresas que atendem embarcações pesqueiras estrangeiras. “Uma única concessão vai encarecer os serviços”, explicou.
Segundo Braida, um barco pesqueiro estrangeiro passa anos sem chegar à terra das bandeiras. Nesse período, diz ele, faz todas as suas despesas de manutenção e operação em seu porto base, que é Montevidéu.
“Muitas empresas e pessoas trabalham com a frota pesqueira estrangeira. Repito, há um equívoco na abordagem comercial. Querem recuperar o dinheiro investido no porto de Capurro em vez de pensar de um ponto de vista estratégico, no futuro, que aquele terminal vai gerar mais atividade e empregos. Foi assim que pensamos quando foi criado o porto de Montevidéu”, explica Braida.
De qualquer forma, o presidente da Câmara dos Agentes Pesqueiros Estrangeiros reconheceu o “enorme esforço” feito este ano pela ANP para permitir que embarcações pesqueiras offshore com bandeiras de outros países trabalhem no Píer C. “Toda a frota operou normalmente”, disse. ele disse.
Nos primeiros dias de dezembro do ano passado, a Administração Nacional dos Portos resolveu e comunicou em reunião às empresas pesqueiras nacionais, por meio do capitão do porto, Ricardo Della Santa, a decisão de destinar Puerto Capurro à pesca nacional e internacional, transferindo assim sua atual localização aos Cais 10 e 11 do Porto de Montevidéu.
Em 12 de dezembro, o presidente da Câmara das Indústrias Pesqueiras do Uruguai (Cipu), Juan Riva-Zucchelli, disse ao El País que o novo destino da frota nacional era “muito positivo”. E lembrou que há três anos e meio a frota nacional “está superlotada” nas docas 10 e 11 do porto de Montevidéu, onde operam todos os navios e “é absolutamente desconfortável” trabalhar.
“Quando a ANP licitou o cais de Mántaras para o novo terminal da UPM, eles nos cederam esse espaço (cais 10 e 11), então nossa posição é que isso é algo muito positivo. Vemos com muito bons olhos e com alegria que a frota nacional, depois de tantas idas e vindas, pode finalmente chegar a Puerto Capurro e ter um terminal especializado para se instalar e poder trabalhar na direção certa”, disse Riva-Zucchelli. .
Afirmou que o porto de Capurro vai trazer benefícios em tudo que vai ser a movimentação de camiões, transbordo de pescado e abastecimento de barcos com caixas, gelo, comida, insumos diversos, combustível.
Será um espaço controlado e vigiado, onde as condições de segurança serão rigorosas e ninguém poderá entrar – como acontece hoje no porto -, o que torna a operação mais eficiente e também mais económica.
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