Quatro garimpeiros morrem em tiroteio com policiais em terra Yanomami no Brasil

Quatro garimpeiros ilegais morreram em um tiroteio com a polícia na reserva indígena Yanomami, na Amazônia brasileira, onde uma grande operação para acabar com a mineração de ouro está em andamento, informaram fontes oficiais na segunda-feira.

O confronto ocorreu na noite de domingo como parte de uma operação de controle contra uma jazida ilegal conhecida como “Oro Mil”, localizada no território indígena Yanomami, que é o maior do Brasil e faz fronteira com a Venezuela.

Segundo as autoridades brasileiras, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) “foram recebidos a tiros por garimpeiros ilegais que atuam na região”.

O ataque ocorreu quando um avião da força de segurança brasileira tentava pousar no local, segundo a PRF em nota.

Os mineiros, munidos de “armas de grosso calibre”, “dispararam contra os agentes na tentativa de repelir” a operação, mas sem sucesso.

“A polícia defendeu-se e feriu quatro homens armados, que não resistiram aos ferimentos”, acrescenta a informação.

Na ação, os policiais uniformizados apreenderam “um arsenal de armas, incluindo um fuzil, três pistolas, sete fuzis e duas miras, além de munições de diversos calibres, pentes e outros materiais bélicos”.

O incidente ocorreu um dia depois que um indígena foi morto e outros dois ficaram feridos em outro ataque supostamente realizado por garimpeiros ilegais em uma comunidade também localizada na terra Yanomami.

A vítima fatal foi identificada como Ilson Xirixana, de 36 anos, que trabalhava como agente de saúde na referida reserva.

O clima de tensão entre os invasores e os Yanomami aumentou desde janeiro, quando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma operação para retirar todos os garimpeiros que atuam na região.

Lula, que tomou posse em 1º de janeiro, declarou estado de emergência na reserva devido à grave situação humanitária na região, causada em parte pela intensa atividade dos garimpeiros, que contaminaram os rios com mercúrio e devastaram parte do território dos Yanomami, habitada por cerca de 30.000 indígenas.

Segundo um relatório oficial recente, nos últimos quatro meses, cerca de 300 garimpos ilegais foram destruídos em território Yanomami, embora a atividade criminosa ainda esteja ocorrendo na área.

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Caro leitor, este é apenas um relato. Informações completas podem ser encontradas na edição impressa de El Potosí.

Francisco Araújo

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