MADRID, 14 de dezembro (EUROPA PRESS) –
O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou que o “prestígio” internacional do primeiro-ministro interino, António Costa, faz dele um “bom candidato” ao Conselho Europeu ou à presidência da república.
“Não tenho dúvidas disso. O primeiro-ministro goza de um prestígio europeu excepcional e, falando com representantes de diferentes grupos políticos europeus, tem condições para se tornar presidente do Conselho Europeu”, disse o Presidente de Portugal, disse à imprensa esta quinta-feira num evento em Sintra.
De Sousa descartou ainda qualquer envolvimento na demissão de Costa, lembrando que foi o primeiro-ministro quem tomou a decisão. “Ele decidiu por razões que conhecemos, foi ele quem anunciou que ia sair, não fui eu quem lhe disse para sair”, sublinhou o presidente português perante as câmaras da RTP.
“Como é que se pode dissuadir uma pessoa que tem uma convicção tão profunda de que esta é a decisão certa? É impossível”, disse, recordando a entrevista que Costa concedeu há poucos dias, na qual tinha declarado que voltaria a apresentar a sua demissão, mesmo embora seu nome não tenha aparecido no relatório do promotor anterior.
Há poucos dias, Costa garantiu numa entrevista que teria apresentado a demissão mesmo que o Ministério Público não tivesse incluído este último parágrafo em que paira sobre ele a sombra da dúvida. Assim, declarou que a descoberta destes 75.800 euros em dinheiro no gabinete do seu chefe de gabinete, Vítor Escária, situado na sua residência oficial, teria sido motivo suficiente para se demitir.
No dia da demissão, Costa garantiu que não pretendia voltar a apresentar-se como candidato socialista nas eleições, nem por enquanto nas instituições internacionais.
OPERAÇÃO ‘INFLUENCER’
Costa apresentou a demissão em 7 de dezembro, depois de o seu nome ter surgido no último parágrafo do relatório do Ministério Público sobre a operação “Influenciadores”, que investiga vários possíveis crimes de corrupção, incluindo tráfico de influência, que poderão afetar o líder dos socialistas. .
O Ministério Público sustenta que Costa terá cometido um alegado crime de tráfico de influência ao bloquear a adjudicação de um contrato público para a construção de um centro de dados na vila de Sines, depois de o seu nome ter surgido numa escuta telefónica eletrónica.
Enquanto se aguarda mais detalhes, o Ministério Público indica que Costa interveio a favor da empresa Start Campus para que esta obtivesse um contrato público para a construção de um data center na cidade de Sines. No entanto, reconheceu que houve “confusão” na transcrição destes áudios e que quem falava de António Costa era o ministro da Economia António Costa Silva.
Além deste caso, a Operação “Influencer” está também a investigar outras alegadas irregularidades em diversas concessões de exploração de lítio e produção de energia de hidrogénio. Entre os nomeados estava João Galamba, que renunciou ao cargo de ministro das Infraestruturas dias depois de Costa.
No total, oito pessoas foram indiciadas pelo Ministério Público, cinco das quais foram presas, embora poucos dias depois o tribunal tenha anulado a medida, libertando-as, além de reduzir as acusações a apenas tráfico de influências, o considerado “desproporcional”. as acusações são infundadas.
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