O técnico marroquino Walid Regragui continua sua cruzada contra as estatísticas e às vésperas de disputar com a França a passagem à final da Copa do Mundo no Catar, defende que podem ‘surpreender’ contra a ‘melhor seleção do mundo’, que pretende derrotar’ com fervor e espírito coletivo”.
Que sensação ao acordar com essa qualificação dos sonhos na semifinal?? pic.twitter.com/5I9JojX4lb
— Equipe Marrocos (@EnMaroc) 11 de dezembro de 2022
“Continuamos com fome e não estamos cansados”, diz o treinador em alerta a quem considera que Marrocos chega mais cansado que a França e com os trabalhos de casa já feitos.
O treinador, verdadeira revelação do torneio, acredita que já não adianta olhar para as estatísticas, porque “eles falharam”. “No início da competição, eles nos deram 0,01% de chance de vencer. Agora acho que vão nos dar mais. Vamos jogar essas estatísticas no chão”, brinca Regragui, que acredita, no entanto, que seria ser “um salto para trás” para se satisfazer com o adquirido.
“Estou em busca de uma profunda mudança de mentalidade. Se estivermos felizes com a semifinal, não teremos ultrapassado essa barreira. Estamos aqui para ganhar a Copa do Mundo. Pode parecer loucura, mas é isso que nós estamos procurando”, disse este franco-marroquino que, segundo ele, buscou nos valores do mundo árabe ferramentas para buscar a vitória.
Em particular, a família, na qual assenta parte da sua atuação. Os jogadores estão no Catar acompanhados das esposas e dos pais e essa força, diz o técnico, é transportada para o campo, onde todos jogam pela mesma causa.
Este contexto serviu também para assimilar num mesmo projeto muitos marroquinos da diáspora, que tiveram sucesso na Europa e que decidiram defender as cores do seu país. “Quando você está na seleção, você é marroquino. Não olho onde um ou outro nasceu”, diz ele.
Entre eles se destaca o zagueiro Achraff Hakimi, nascido na Espanha e que enfrentará Kylian Mbappé, seu companheiro de equipe no PSG.
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“Ninguém o conhece melhor do que ele, que treina todos os dias ao lado dele e sabe que tipo de jogador ele é. Não vamos fazer um dispositivo especial contra Kylian porque infelizmente para nós eles não têm apenas Kylian. Eles tentam Griezmann, que é muito perigoso, ou Dembelé, que é o complemento perfeito de Mbappé pelo outro grupo”disse.
Te vejo logo meu amigo ?????? @KMbappé
—Achraf Hakimi (@AchrafHakimi) 10 de dezembro de 2022
“Mas vai ser um duelo interessante, são dois campeões que não vão fazer concessões. Não vamos focar apenas em Kylian, vamos tentar criar problemas para eles. Mas Achraff será 200% para vencer o amigo”, disse.
Regragui rebateu críticas de que Marrocos é um time muito defensivo e criticou “o dogma da posse de bola, que de nada adianta se só rematar duas vezes à baliza”.
“Acho que quem melhor entendeu foi o técnico do nosso futuro rival (Didier Deschamps) que sabe adaptar seu jogo às circunstâncias. O ‘tiki taka’ pode ser bom se você tiver jogadores como Bernardo Silva. Mas acho que a posse de bola é inútil se você não marcar. Estamos aqui para vencer. Se a França nos der a bola, vamos pegá-la, mas não acho que eles vão nos dar”, declarou.
O treinador marroquino sabe que vai jogar ‘em casa’ com o apoio da maioria dos adeptosconsiderou os marroquinos “os melhores adeptos do mundo, a par dos argentinos ou dos brasileiros, que deixam uma fortuna para apoiar o seu país”.
Mas sabe que também terá o apoio de outras nacionalidades porque seu objetivo é “colocar a África no topo do mundo” e porque eles também levarão a bandeira do mundo árabe.
“Não queremos desperdiçar esta oportunidade. Não quero que este debate se repita daqui a 30 anos, para que nos façam as mesmas perguntas. Estamos aqui para marcar o terreno”, afirmou.
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