Relatório 2023: Os mais jovens, os mais vulneráveis: o impacto da crise venezuelana nas mulheres dos 18 aos 24 anos

O relatório da Rede de Construtores da Paz de 2023 destaca que “em meio às crises complexas e prolongadas que a Venezuela atravessa, um dos grupos mais afetados e vulneráveis ​​são as mulheres jovens e adolescentes. Esta população, que constitui uma parte importante da sociedade venezuelana, tem enfrentado uma série de desafios multifacetados que vão desde a precariedade económica e escassez de recursos básicos, até à falta de acesso à saúde, com destaque para a saúde “reprodutiva”, e vai tão longe para limitar as oportunidades educacionais e de emprego.

Segundo o estudo, 42% das mulheres venezuelanas entre 18 e 24 anos entrevistadas afirmam não usar anticoncepcionais, e entre os motivos apontados está o alto custo.

Este relatório analisa a situação das mulheres venezuelanas com base nas respostas de 1.112 mulheres de diferentes idades e situações socioeconómicas, de 13 estados do país (Anzoátegui, Barinas, Bolívar, Carabobo, Delta Amacuro, Distrito Capital, Lara, Mérida, Portuguesa , Sucre). , Táchira, Yaracuy e Zulia). Também aproveitaram a experiência de jornalistas e activistas que fazem parte da Rede de Mulheres Construtoras da Paz para priorizar e complementar as conclusões ao longo do relatório.

O estudo revela que 58% dos entrevistados afirmaram que o principal motivo de falta às aulas é pela suspensão das atividades escolares ou da instituição.

A Rede de Construtores da Paz sublinha que se assumirmos que a participação é um direito cívico, ela inclui naturalmente mulheres e mulheres jovens. A participação política e comunitária torna-se o meio através do qual as pessoas e as suas organizações podem expressar a sua acção em questões de bem público e fazer mudanças que lhes permitam alcançar um maior bem-estar.

Neste sentido, a pesquisa destaca que 50% das jovens indicaram não estar inscritas nos cadernos eleitorais do país.

A situação das meninas, adolescentes e mulheres venezuelanas é crítica. A crise afectou-as, sem dúvida, de forma diferente, e ainda mais às mulheres jovens, como vimos ao longo deste relatório. Todos os seus direitos são violados e há poucas medidas que abordem esta população específica.

Entre os aspectos destacados no relatório, 40% dos consultados não consideram os elogios nas ruas uma forma de agressão sexista.

54% das jovens inquiridas afirmam ter pais migrantes, o que significa que muitas delas são deixadas sozinhas ou sob os cuidados de outros familiares, por vezes menos próximos.

O texto aborda temas como saúde sexual e reprodutiva, acesso à educação, participação comunitária e política, violência de género e migração. Propõe também uma série de recomendações em cada uma destas áreas para melhorar a situação das mulheres e contribuir para a resolução dos seus principais flagelos.

Francisco Araújo

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