Em “Por Tudo o que Acontece à Noite” há um filme de denúncia sobre a questão dos bebês roubados na Espanha entre os anos 40 e 90. Mas o filme de Víctor Iriarte não é de forma alguma um típico filme de denúncia, mas sim A um exercício estimulante de liberdade criativa e experimental, que flerta com imagens ao mesmo tempo realistas e oníricas. Enquadra-se tangencialmente no thriller (de vingança, de assaltos), no road movie, na história epistolar, na pintura bucólica quase renoiriana (o belo e repousante fragmento das duas mães e do filho à beira do rio), etc. . Tudo isto entre Madrid, País Basco e Portugal.
Dividido em três capítulos e um epílogo, o filme inclui numerosos close-ups de cartas, ponteiros e relógios de pulso (fluxo bressoniano) e, em sua incessante mistura de tons e registros, durante um quarto de hora a tela em formato é circunferencial, um talvez recurso caprichoso, mas sem dúvida muito atraente. A estimulante heterodoxia ‘Especialmente à noite” traz à mente cineastas como Pere Portabella ou Isaki Lacuesta (não é de estranhar que Isa Campo participe como co-autora).
Para espectadores ávidos por propostas estéticas e conceituais arriscadas.
O melhor: as relações muito emotivas entre os três protagonistas.
O pior: vai assustar os viciados em narrativa convencional.
FOLHA TÉCNICA
Endereço: Victor Iriarte Distribuição: Lola Dueñas, Manuel Egozkue, Ana Torrent, María Vázquez País: Espanha, Portugal, França Ano: 2023 Data de lançamento: 12/01/2023 Gênero: Drama Cenário: Victor Iriarte, Isa Campo, Andrea Queralt Duração: 109 minutos.
Sinopse: Quando era jovem, Vera não conseguiu cuidar do filho e teve que entregá-lo para adoção. Anos depois, quando quis saber se tudo havia corrido bem, as instituições lhe disseram que seu arquivo não existia. Quando Cora era jovem, seu médico lhe disse que ela não poderia ter filhos, então ela decidiu adotar. Ele dedicou toda a sua vida ao filho adotivo, Egoz, e ao ensino de piano. Agora os caminhos dos três se cruzam.
Estranha criatura anfíbia com corpo marcado pela celuloidite e ávida por iguarias requintadas (Chaplin, Renoir, Ford, Hitch, Spielberg…) cuja dieta não exclui os prazeres da taberna do bairro (a galáxia Corman, a máscara Santo.. . ). E desde 1981, ele está determinado a deixar isso claro por escrito.
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