Conforme nota a escola, os cidadãos de França, Alemanha, Espanha e Portugal estão a suspender os seus sistemas de saúde, apontando também que há pontos de melhoria em cada um deles. É o que emerge de um estudo comparativo da percepção dos sistemas de saúde europeus nos quatro países, realizado por Sigma Dos para a Fundação IDIS (Instituto de Desenvolvimento e Integração Sanitária) e apresentado estes dias em Madrid. “A principal conclusão da pesquisa é que todos os sistemas de saúde europeus precisam ser redesenhados porque os cidadãos concordam com uma avaliação baixa. E acreditamos que esta reconsideração deve ser liderada pela União Europeia e deve centrar-se na prevenção e na educação para promover uma vida saudável”, sublinhou o presidente da Fundação IDIS, Juan Abarca, que desenvolveu este argumento: “Agora é o momento de não promover convergência, mas sim uma transformação dos sistemas de saúde para um modelo que garanta características como universalidade, equidade ou acessibilidade para todos os cidadãos da UE da forma mais homogênea possível.
A luva que foi assumida pelo Chefe de Comunicação da Representação da Comissão Europeia em Espanha, Adrián Lasa, a quem coube abrir este dia que decorreu precisamente na sede da Representação da CE em Espanha. “Melhorar os sistemas de saúde é um dos objetivos da Comissão para enfrentar os desafios do século 21”, enfatizou Lasa.
Em relação à pesquisa, os resultados mostram diferenças na apreciação das diferentes dimensões do sistema de saúde nos quatro países, onde um total de 6.000 pessoas foram questionadas. Em geral, a França é a que obtém as melhores pontuações e apenas a Alemanha a supera em qualidade percebida pelos seus cidadãos. “Nos países da Península Ibérica, as questões mais valorizadas dos modelos de saúde são a qualidade e a transparência. No entanto, na Espanha, as pontuações mais baixas correspondem a finanças, seguidas por inovação e tecnologia; o mesmo que em Portugal, mas na ordem inversa”, disse a diretora-geral da Fundação IDIS, Marta Villanueva.
Um aspecto notável, segundo a entidade, é a diferença na avaliação da necessidade de colaboração e coordenação a nível europeu. Espanha e Portugal mostram uma maior valorização da importância da coordenação nesta área. Por outro lado, na França e na Alemanha, obtêm pontuações mais moderadas nessas dimensões. Isso pode ser interpretado como um maior senso de autossuficiência com seus próprios sistemas de saúde na Alemanha e na França, enquanto Espanha e Portugal mostram uma maior necessidade de colaboração com outros países. Aliás, há maior concordância com o facto de a Europa assumir mais poderes nos países ibéricos (Espanha e Portugal) do que na Alemanha e na França.
Reflexão
“É importante refletir sobre a perceção que os cidadãos têm dos sistemas de saúde e a necessidade de procurar soluções inovadoras para caminhar para um futuro mais saudável e equitativo. E também é importante lembrar que, apesar dos diferentes modelos, o objetivo é comum: oferecer atendimento de qualidade”, reiterou o secretário-geral da Fundação IDIS, Ángel de Benito, ao final desta conferência intitulada O pulso da saúde na Europa. Inquérito aos Sistemas de Saúde. Nesse sentido, destacou os desafios que a saúde enfrenta tanto na Espanha quanto na União Europeia: “É importante conhecer as práticas em um ambiente onde o envelhecimento, a cronicidade e a inovação em crescimento exponencial requerem uma atenção especial. A personalização e precisão dos diagnósticos e tratamentos e, em geral, a previsibilidade e educação da população bem como a promoção de hábitos saudáveis são essenciais”.
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