somos mais rápidos quando temos medo

VALÊNCIA, 14 de maio. (IMPRENSA EUROPEIA) –

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Politécnica de Valência (UPV) analisou os efeitos do odor corporal na velocidade com que os consumidores compram um produto. Entre outras descobertas, confirma como os feromônios do medo aceleram as decisões de compra, principalmente em produtos de saúde.

A análise também mostra que o cheiro da felicidade estimula decisões de compra mais rápidas de bebidas ou tecnologia, entre outros produtos. O trabalho foi publicado na revista Scientific Reports, conforme informou a instituição académica em comunicado.

O diretor do Laboratório de Neurotecnologias Imersivas (LabLENI) do Instituto Humano-Tecnológico da UPV, onde foi realizado o estudo, Mariano Alcañiz, destacou que este é “o primeiro estudo internacional que analisou o efeito dos feromônios no consumo comportamento”. “Nosso principal objetivo era determinar se os feromônios nos influenciam inconscientemente na hora de comprar e não há dúvida de que sim”, destacou Alcañiz.

Em seu trabalho, eles mediram sua disposição de pagar por uma variedade de produtos em um grupo de pessoas e a rapidez com que tomaram sua decisão sob quatro condições: na presença de feromônios de felicidade, feromônios de medo e estado de repouso e uma quarta condição sem o presença de feromônios.

“Pesquisas recentes mostraram que as pessoas geram feromônios diferentes dependendo do nosso estado emocional, ou seja, quando estamos felizes, desenvolvemos feromônios completamente diferentes do que quando estamos com medo ou estressados”, destacou.

Além disso, ele acrescentou que “foi demonstrado que, quando as pessoas estão na presença de feromônios positivos (felicidade) ou negativos (medo/estresse), agimos de maneira diferente”. “Então, o que fizemos foi coletar odores corporais de pessoas em condições que as deixavam felizes, assustadas ou relaxadas e expusemos outro grupo de pessoas a esses feromônios, avaliando suas reações, pelo tempo que demoraram para decidir se comprariam um produto em quanto tempo eles estariam dispostos a pagar por isso, comparando-o com o preço real de venda”, disse ele.

Em geral, os participantes expostos ao odor corporal decidiram comprar mais rapidamente e estavam dispostos a pagar um preço mais próximo do preço real do que aqueles que não receberam feromônio, independentemente do tipo de odor a que foram expostos.

PRODUTOS ALIMENTÍCIOS

Os produtos alimentares apresentam os tempos de resposta mais rápidos, seguidos do vestuário e, finalmente, dos produtos tecnológicos. “De acordo com esses resultados, podemos confirmar que, em geral, os feromônios transmitem implicitamente a presença de outras pessoas, o que leva a uma tomada de decisão mais rápida, o que apóia as teorias de facilitação social”, acrescentou Alcañiz.

Por outro lado, o estudo conclui que o cheiro da felicidade potencializa as compras rápidas, principalmente de bebidas, alimentos, roupas ou tecnologia. Quando expostos ao cheiro do medo, os participantes escolhem o preço mais rapidamente do que os participantes do controle – não expostos a nenhum cheiro – principalmente quando o produto é da categoria saúde.

Os resultados do estudo podem ser extrapolados para diferentes contextos de vendas (por exemplo, setor terciário, turismo) em que a presença de outras pessoas está ligada à mentalização inconsciente de comportamentos sociais.

Pesquisadores da Universidade de Utrecht, do Centro de Pesquisa William James em Portugal e da Fundació Institut Universitari per a la Recerca a l’Atenció Primària de Salut Jordi Gol i Gurina também participaram do estudo.

Filomena Varela

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