“Sucessão”: qual dos filhos de Logan Roy deve comandar a empresa? Especialistas em liderança dizem | Negócios

Apenas um capítulo faltando na premiada série Sucessão, transmitido pela HBO Max, para saber quem será o escolhido para suceder o patriarca, Logan Roy, à frente do empório de mídia e entretenimento Waystar Royco. Em Business, pedimos a quatro especialistas em gestão e liderança que apostassem, pouco antes do episódio final ir ao ar, qual dos quatro filhos de Roy – Connor, Kendall, Siobhan e Roman – seria o mais adequado para substituí-lo de acordo com os cânones da administração. .

Porque esta história de 39 capítulos, distribuídos por quatro temporadas, traz muitas lições de gestão na empresa familiar. E quase tantas facadas quanto em sua época tornaram famosos os protagonistas da série Falcon Crest. Com efeito, os professores consultados utilizam Sucessão, baseado segundo muitos especialistas nas vicissitudes do império midiático do magnata Rupert Murdoch, em suas aulas. Para começar, uma das lições que esta série de televisão nos ensina é que a liderança tóxica do pai, cujo estilo é narcisista, é baseada no medo e na ganância e não conseguiu separar a figura do dono da do dono líder. executivo — levará a uma liderança tóxica das crianças, que tentam imitá-lo a todo custo, explica Gérard Costa, professor da Esade.

Este professor está apostando em Kendall como o futuro CEO da Waystar Royco. O segundo descendente de Roy é o candidato à tomada do poder por três dos especialistas consultados. Apenas Guido Stein, professor do IESE, optou pela única filha do magnata, Shiv.

“Kendall é o melhor gestor. É o único que busca colaboração e tenta fazer acordos, com os próprios irmãos, com os gerentes e com os acionistas da empresa”, explica Costa. Segundo ele, as galinhas da sucessão são limitado a Kendall, Shiv e ao próprio Roman, já que Connor (o filho mais velho) não está na disputa pelo poder por ficar fora dos órgãos decisórios da empresa para se concentrar em sua política de carreira. três candidatos se caracterizam pelo exercício de não uma liderança muito exemplar com uma componente narcisista como o pai. Todos são inseguros e, no caso de Kendall, que é um grande estrategista, essa insegurança dificulta-lhe a passagem da teoria para a acção. Falta-lhe o carisma do pai, mas em o projetado capítulo final da série, continua Costa, ele reafirmou sua liderança ao substituir seu irmão Roman no discurso no funeral de seu pai.

os estereótipos

Shiv é, para Guido Stein, a favorita para liderar o grupo Waystar Royco porque é a mais esperta dos quatro, tem caráter, não é dominada pelo pai e já trabalhou na política. No entanto, os escritores nunca consideraram seu sucessor – embora seu pai tenha mentido para ele ao nomeá-la em um ponto da série – porque Roy é um líder machista e essa visão permeou toda a empresa. Para combater esse isolamento, ela se tornou astuta e manipuladora, mas carece do apoio dos conselheiros e dos próprios irmãos, diz Cristina Cruz, diretora de Business Families da IE University. Como se houvesse poucos argumentos nessa visão patriarcal da empresa, Shiv também chega grávida ao topo da escolha do sucessor.

Finalmente, Roman é o mais inseguro de todos. Seu personagem o faz explodir ao mínimo. É também aquele que pensa de forma mais heterodoxa e que busca novas ideias. Ele tem ambição e orgulho, mas suas falhas obscurecem suas virtudes. Sua falta de controle emocional, sua vulnerabilidade e sua forma de demitir funcionários arbitrariamente abalam sua credibilidade na empresa, mesmo que chegue ao último episódio com o cargo de CEO, cargo que divide com seu irmão Kendall.

“O sucessor vai ser o Kendall, que está cada vez mais parecido com o pai. E é triste porque ele deve buscar um estilo próprio de liderança ao invés do despótico do pai”, expressa Cruz. Para o professor da universidade IE, a verdadeira O problema que a série mostra é propor uma corrida pela sucessão, com a qual só podemos iniciar uma guerra entre irmãos, algo que se repete em muitas empresas familiares, que representam mais de 80% das empresas. que existem na Espanha. “O que você tem que fazer é formar o próximo time de donos e aprender a dividir esse papel. Estou falando de transição empresarial, não de sucessão, que leva à guerra”, acrescenta Cruz destaca que uma estratégia baseada na divisão equitativa de ações e na a eleição de um único líder está fadada ao fracasso porque os irmãos terão que tomar decisões juntos e não poderão entrar em acordo se três perderem e apenas um ganhar.

Miguel Pardo, Presidente da Vistage Portugal, acrescenta que a chave para o sucesso das empresas familiares é ter uma estrutura de poder dividida, indicando claramente onde estão os proprietários, investidores, conselho de administração e gestão. “Para a sobrevivência da empresa familiar, é fundamental que o fundador seja colocado à frente do conselho de administração e afastado da gestão”, especifica. Algo que, segundo os dados apurados por Cristina Cruz, em Espanha fazem pelo menos metade das grandes empresas familiares, mas as pequenas ainda estão longe disso.

O especialista acredita que o processo de transição empresarial nas sagas – que, segundo Guido Stein, é a segunda coisa mais importante em um negócio desse tipo, depois do lucro, mesmo que raramente seja bem feito porque os pais insistem que seus sucessores continuam a administrar o negócio – deve ser realizado em quatro fases que podem durar entre cinco e dez anos. E devem ser avaliados para evitar problemas como aconteceu no processo de sucessão do El Corte Inglés, para o qual Dimas Gimeno foi nomeado presidente sem que o capital o suportasse. Os acionistas finalmente aprovaram sua prima Marta Álvarez. A primeira fase consiste em passar do sonho individual de cada membro da família para uma visão compartilhada; A segunda é definir as funções, direitos e responsabilidades de cada um e depois passar para o planejamento da transferência da liderança e, por fim, da transferência da propriedade.

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Suzana Leite

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