O projecto Adaptação conta com um financiamento de 3,6 milhões de euros, gerido graças à ajuda do Pathfinder da União Europeia, para conseguir o desenvolvimento de dispositivos capazes de absorver energia solar sem o problema do aumento da temperatura que provoca perdas de energia nos actuais sistemas fotovoltaicos.
Isto parece óbvio, mas a tecnologia utilizada para obter energia do sol não é capaz de gerir eficazmente a sua própria temperatura, levando a perdas de energia. Para resolver este problema, a Adaptation está a trabalhar num material capaz de proporcionar uma boa resposta térmica com um sistema de autorregulação de temperatura, ao mesmo tempo que otimiza a captação de energia solar.
De onde você tira inspiração para dar esse passo? Na natureza, particularmente nos mecanismos quânticos de transporte eficiente de energia presentes na fotossíntese das plantas. Martín López, investigador do Centro Internacional Ibérico de Nanotecnologia (INL) citado pelo CSICenfatiza que “todas as estruturas que utilizaremos têm origem na natureza de uma forma ou de outra, pois nos inspiraremos em sistemas naturais e também utilizaremos diretamente essas nanoestruturas da natureza em dispositivos”.
Além da captura e transporte eficiente de energia, o “resfriamento radioativo” será usado para resfriar dispositivos sem desperdiçar energia. Além disso, estes nanodispositivos serão tão flexíveis que poderão ser incorporados como uma camada de tinta em carros e edifícios, permitindo-lhes absorver energia e controlar a sua temperatura.
Um projecto emocionante no qual participam o Instituto de Ciência dos Materiais de Madrid e o Instituto de Óptica, ambos do CSIC, a Universidade de Vigo, a Avanzare Innovation Tecnologica e Cooling Photonics de Espanha, a Portuguesa International Iberian Nanotechnology, a Universidade de Estrasburgo em França, a Universidade de Utrecht na Holanda e Sunplugged-solare Energiesysteme na Áustria.
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