Uma pessoa vestindo uma bandeira do arco-íris e uma camiseta com uma mensagem a favor das mulheres iranianas e contra a invasão russa da Ucrânia entrou em campo durante a partida entre Portugal e Uruguai, disputada na segunda-feira no estádio Lusail, notaram os jornalistas da AFP.
Depois de cruzar o campo duas vezes, ele foi parado pela segurança do estádio e escoltado calmamente por oficiais, confirmaram os repórteres.
Este acontecimento surge num contexto de fortes críticas do Qatar, organizador do Mundial, por violação de direitos fundamentais, nomeadamente face à comunidade LGBT+, num país onde a homossexualidade é processada.
A cena pode ser vista através de imagens de televisão.
O protesto repercutiu nos Estados Unidos, cuja seleção enfrenta o Irã em jogo decisivo na terça-feira.
“Estamos preocupados com o tratamento dos espectadores e atletas LGBT+”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. “Pedimos ao Estado do Catar e a todos os catarianos que façam suas as palavras do Emir, dando as boas-vindas a todos na Copa do Mundo”, acrescentou.
No momento, a nacionalidade e o destino do jovem são desconhecidos. Questionados pela AFP, os dirigentes locais responsáveis pela organização do torneio referiram-se à FIFA e a FIFA, por sua vez, às autoridades locais.
“Sabemos o que se passa em torno deste Mundial. Espero que nada aconteça ao rapaz, porque entendemos a sua mensagem e penso que o mundo também a compreende”, reagiu o português Ruben Neves após o jogo.
Os capitães de sete seleções europeias anunciaram a iniciativa de usar pulseiras de arco-íris durante a Copa do Mundo como parte de uma campanha pela diversidade.
No entanto, eles recuaram após serem ameaçados pela FIFA com pênaltis, incluindo cartões amarelos.
Alguns torcedores também denunciaram não conseguirem acessar os estádios por usarem camisetas com mensagens a favor da comunidade LGBT+.
– Irã e Ucrânia –
O ministro dos Esportes do Reino Unido, Stuart Andrew, anunciou que usará uma braçadeira de arco-íris durante o jogo entre Inglaterra e País de Gales na terça-feira.
Por outro lado, os integrantes da seleção iraniana também foram os protagonistas do início da Copa do Mundo, já que não cantaram o hino de seu país na primeira partida contra a Inglaterra em sinal de apoio aos protestos que abalaram a República Islâmica por dois meses.
O Irã vive protestos em todo o país desde a morte da jovem Mahsa Amini (22) em 16 de setembro, quando ela foi presa pela polícia moral do Irã por quebrar o rígido código de vestimenta imposto às mulheres naquele país, incluindo o uso de chapéu em público.
A partida passou a ser arbitrada pelo iraniano Alireza Faghani.
Na frente da camisa, o indivíduo também usava o símbolo do Super-Homem e a inscrição ‘Salve a Ucrânia’ (‘Salve a Ucrânia’), em referência à invasão que este país europeu sofre desde o final de fevereiro pelo vizinho russo.
Foto: AFP
Com informações AFP
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