A Universidade Francisco de Vitória (UFV) organizou na semana passada o 1º Congresso Internacional de Jornalismo da UFV “Desafios do Jornalismo na Era da Desinformação”, com foco no jornalismo e sua função a serviço da sociedade.
O discurso de encerramento foi proferido por José Luis Restán, presidente do Ábside Media Group e diretor editorial do COPE, que afirmou que “o jornalismo só faz sentido se conhecer a verdade é bom para você”. Esta tarefa essencial é complicada por vestígios como o novo paradigma em que se difundiu uma mentalidade “em que o que importa não é a verdade, mas o que parece real, desta forma, socialmente, tornamo-nos mais tolerantes e imunes à mentira, o que reduz capacidade de julgamento crítico”.
Restán sublinhou que os jornalistas não devem perder o fio da nossa humanidade, para que contem a realidade até ao fundo. Mas como dizer essa realidade quando o que é comunicado é ruim? “Podemos reconhecer o dinamismo do bem, e só assim podemos manter o fio de ouro de nossa humanidade e não ceder ao desespero de que tudo é puro caos e tolice. Porque pensar nisso seria comunicar uma grande mentira”, assegurou. E para manter este olhar de esperança e contribuir para a construção de uma sociedade melhor, Restán partilhou uma confissão com os presentes: “neste trabalho, amada e sofri, não sou amparado por manuais de boas práticas (necessário) ou técnica (essencial), mas por pertencer a uma empresa (no meu caso a comunidade cristã, cada um deve encontrar a sua e enraizar-se nela) onde a coragem é renasce para tecer histórias que revelam que a vida é sempre boa, um bem que os comunicadores são chamados a cuidar com profunda responsabilidade”.
A primeira parte da conferência foi moderada pelos académicos Nelson Costa Ribeiro, Reitor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, Silvia Majó-Vázquez, da Universidade de Oxford, Silvio Correia Santos, da Universidade de Coimbra ( Portugal) e Isidro Catela, professor da Universidade Francisco de Vitória.
Na sua intervenção, Nelson Costa Ribeiro tratou de forma particular o fenómeno da desinformação, particularmente difundido na redes sociais. Assim, ele expôs alguns exemplos para diferenciar o que é desinformação intencional (desinformação) de desinformação acidental (desinformação). Perante este novo cenário em que “há empresas dedicadas a difundir a desinformação”, o modelo de publicação deve mudar, a velocidade -exclusiva- não pode prevalecer sobre a qualidade do tratamento -profundidade-. A solução proposta pelo Dr. Costa Ribeiro é que as universidades ensinem aos alunos novas formas de saber processar a informação, excluir e combater a desinformação e a desinformação.
Os restantes académicos participaram na mesa redonda “Jornalismo e serviço à sociedade”, durante a qual Isidro Catela, professor da Universidade Francisco de Vitória, deu especial ênfase ao carácter narrativo do ser humano e à necessidade de preservar a saúde da sociedade por meio da transmissão de histórias e informações. Da mesma forma, comparou o excesso de informação a “uma roda que nos impede de selecionar e compreender”, e apelou aos jornalistas e futuros jornalistas para que concentrem o seu trabalho “para que não termine num ponto final, mas sim em elipses”. a partir do qual o leitor pode completar e entender. Para finalizar, o professor refletiu sobre o caráter humanista que a universidade deve ter em seu trabalho educacional.
Por seu lado, Silvia Majó-Vázquez, da Universidade de Oxford, sublinhou a importância dos jornalistas para a sociedade e para as democracias “os cidadãos têm uma atenção limitada e devem tomar decisões com base em informação estruturada e organizada, que só os jornalistas oferecem. Assim, indicou que o jornalismo enfrenta, entre outros, dois grandes desafios digitais: o primeiro é o enfraquecimento do poder da mídia causado pela erupção das redes sociais em que os cidadãos têm dificuldade em identificar as fontes reais. consome em formação principalmente por meio de aplicativos de mensagens, o que coloca em risco o papel dos jornalistas e dificulta o contato com eles.
No seu discurso, Silvio Correia Santos, da Universidade de Coimbra (Portugal), especialista em meios digitais, desinformação e literacia mediática, alertou que os movimentos populistas “são contra a liberdade de imprensa e estão ligados ao crescimento de fake news e desinformação”. Assim, num contexto de crise financeira e de confiança, o jornalismo deve enfrentar o grande desafio de conduzir à democracia.
Conclusões do Congresso
O dia terminou com a apresentação das conclusões do I Congresso Internacional de Jornalismo UFV, apresentado por Gabriel Sánchez, jornalista e professor da UFV. Na era da desinformação e mentiras, os gestores transferiram isso para o jornalismo e os negócios: o jornalismo deveria ser um negócio. Caso contrário, não haverá bom jornalismo. Para isso, a mídia deve capturar A propaganda e o usuário deve pagar pelo conteúdo que consumir. Além disso, a empresa deve estar aberta a novos modelos de negócios para adaptar o conteúdo a novos formatos. Como parar o declínio na renda? Ofereça bons produtos atrativos para os anunciantes. Garantir a qualidade do produto, afirmar o profissionalismo e a independência face à propaganda. O usuário precisa de uma referência que garanta a certeza e autenticidade de que o que ele consome é verdadeiro.
Por sua vez, os profissionais da informação aproveitaram este fórum para denunciar que as autoridades restringem o exercício da profissão; que o jornalismo está sofrendo porque a democracia e a liberdade de expressão estão ameaçadas em muitos países; e que a perda do monopólio de decidir quais informações deveriam interessar aos leitores.
E diante dessas denúncias, deixaram claro que o jornalismo não está em crise. O modelo de disseminação da informação está em crise; A mídia não fabrica fake news. São os poderes públicos que os fabricam para contrariar o poder da imprensa; e que a função do jornalista é contestar e buscar fontes alternativas às versões oficiais, pois é preciso contestar, verificar, confirmar, invalidar se o que nos é dito não corresponde à realidade.
Busca da verdade, porque o jornalismo é a consciência crítica do poder.
E tudo isso pode ser superado com honestidade, honestidade, objetividade, coragem e muito trabalho; sempre os mesmos valores. E essa responsabilidade tem sido repassada pelos professores da UFV para as novas gerações de profissionais que saíram da sala de aula, segundo avaliações próprias de ex-alunos que atuam como jornalistas qualificados e que também tiveram voz neste I Congresso Internacional de Jornalismo da UFV .
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