O representante francês não vê “dificuldades” no projeto caso a presidência espanhola o proponha e a portuguesa também o apoie
O Lehendakari, Iñigo Urkullu, informou esta quarta-feira aos embaixadores de França e de Portugal em Espanha que as regiões do Arco Atlântico não se devem permitir “emagrecer” na Europa e, por isso, indicou a necessidade de criar uma nova macrorregião que defenda os interesses da orla atlântica. Da mesma forma, insistiu na necessidade de a França “acelerar” os projetos de energia, ferrovias e conexões de hidrogênio.
O presidente basco manteve esta quinta-feira à tarde duas conversações com o embaixador francês, Jean-Michel Casa, e o embaixador português, João Mira-Gomes, nas embaixadas destes dois países em Madrid, que em ambos os casos ultrapassaram o tempo de duração.
Segundo informou o governo basco, nestes encontros Urkullu disse que para as regiões atlânticas é “fundamental” que se estabeleça uma “nova macrorregião que defenda os interesses de toda a orla atlântica” e que afeta os Estados da Espanha, França, Irlanda, Portugal e Reino Unido, confrontados com o “risco real” de uma deslocação dos centros de decisão para Leste da União Europeia.
Neste contexto, defendeu que a criação de uma nova macrorregião para além das quatro já existentes é “um elemento que vai contribuir para reequilibrar o peso das regiões” na Europa.
Do executivo, explicaram que o embaixador francês não vê “dificuldades” neste projecto caso a presidência espanhola o proponha na sua agenda, enquanto o chefe da embaixada portuguesa também se mostrou disposto a apoiar este projecto.
Durante as entrevistas, lembrou a necessidade de a França “acelerar” os projectos relacionados com o hidrogénio, a energia e as ligações ferroviárias, cumprindo o compromisso sobre a Rede Básica da Rede Transeuropeia de Transportes, requisito que, segundo afirmou disse, é compartilhado com Nova Aquitânia, cujo presidente também é presidente da Eurorregião que inclui Nova Aquitânia, Navarra e País Basco.
Com o avanço do governo basco, o embaixador francês prometeu facilitar um encontro com o ministro francês dos Transportes para que o Lehendakari pudesse apresentar as suas propostas directamente ao executivo francês.
Durante o encontro com o embaixador português, os dois responsáveis confirmaram a necessidade de trabalharem em conjunto para que a Península Ibérica e o resto da Europa possam estar ligados através da sua fachada atlântica, uma “ligação natural” também com a Europa de Portugal, questão também questionado pelas comunidades da Cantábria, Astúrias e Galiza com os presidentes dos quais os Lehendakari se reuniram em Ajuria Enea em 13 de março.
ALIANÇA
O Lehendakari explicou ainda que está a ser formada uma aliança, para além do “lobby institucional” já criado, com os principais actores económicos e sociais do País Basco – câmaras de comércio, sindicatos, associações patronais, universidades, especialistas e outros entidades sociais, acadêmicas e culturais – para trabalhar em conjunto nessas iniciativas.
Além disso, está em curso um trabalho de integração nesta iniciativa de entidades do resto das comunidades autónomas e territórios que compõem o Arco Atlântico.
O Lehendakari disse aos embaixadores que as regiões do Arco Atlântico não se devem dar ao luxo de “emagrecer” na Europa e que os projetos que defendem “são essenciais para o futuro das nossas nações, regiões e comunidades”.
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