VALÊNCIA. André Almeida não tem data no calendário para retornar ao time. O anúncio foi feito pelo futebolista português no passado domingo diante das câmaras DAZN durante a antevisão do jogo frente ao Granada. Almeida revelou ainda que a lesão é “uma pequena fratura de vértebra, um deslocamento”. “Não há prazo, voltarei quando me sentir melhor”, acrescentou.
Como ele sabia Praça dos Esportes, o jogador expressou no vestiário seu desconforto com o diagnóstico do chefe dos serviços médicos do clube, Dr. Pedro López Mateu. O português compreende que passou muito tempo desde o momento em que começou a sentir desconforto até que os serviços médicos perceberam a origem da sua doença e compreende que houve um erro médico que retardou a sua cura e o fez perder tempo em como preparar.
André Almeida enfrentou o Real Betis no dia 1º de outubro, sua última partida no campeonato da oitava rodada da LaLiga EA Sports. Durante a semana, ele já havia manifestado desconforto. Foi substituído por Rubén Baraja aos 68 minutos desta partida, a pior que a equipe já fez nesta temporada.
Na semana seguinte, o clube divulgou que o jogador havia chegado a um acordo com os médicos para interromper os treinos do grupo até que fosse conhecida a causa do seu desconforto. Baraja confirmou isso durante a prévia da partida contra o Real Mallorca. O Valencia não divulgou nenhum relatório médico explicando qual lesão está afetando o jogador. No início deste mês, a assessoria de comunicação afirmou simplesmente que Almeida sofria de dores nas costas.
O clube continua esta semana a não comentar a lesão do português, apesar de este ter revelado no domingo que sofria de uma fractura na vértebra. O médio jogará no Santiago Bernabéu como nos cinco jogos anteriores, quatro na Liga e um na Taça.
Guedes e Thierry desconfiaram dos serviços médicos
Pedro López Mateu foi nomeado chefe dos serviços médicos do clube Mestalla pelo ex-presidente Anil Murthy em setembro de 2019. Desde então, vários jogadores, incomodados com os seus diagnósticos, recorreram a médicos de confiança para obterem segundas opiniões e também para tratarem as suas feridas. O mais notável aconteceu com Gonçalo Guedes e mais recentemente com Thierry Rendall.
Um diagnóstico errado da lesão no tornozelo de Guedes causou desconforto aos portugueses e parte do vestiário com López Mateu, que via com desconfiança a nomeação do novo médico, insatisfeito com as mudanças na seção médica da equipe titular. Guedes saiu de mãos dadas com o seu agente Jorge Mendes para receber a visita de José Noronha, renomado médico português em quem o superagente confia. Noronha trabalhou, entre outros, no Porto e na Gestifute, empresa de Mendes. O jogador voltou com outro tratamento, mas não conseguiu evitar, entre outras coisas, uma ausência de 122 dias.
Em abril deste ano, Thierry Rendall, ferido, partiu para o seu país. A primeira versão oficial em Paterna dada por um funcionário de comunicação é que ele tinha ido ao seu país “para se desconectar”. Encontrava-se então em Portugal “na sequência de uma convalescença planeada pelos serviços médicos do clube”. Fontes próximas do balneário confirmaram a este jornal que a sua saída foi por falta de confiança em Pedro López Mateu. E que, como já havia acontecido em outras ocasiões, teria ido visitar José Noronha.
Ao assumir o cargo, López Mateu teve diversos confrontos com Coquelin, que resultaram na condenação do francês. Anil Murthy ficou do lado de seu médico nesta polêmica. Albert Celades teve de enfrentar uma revolta no balneário após mudanças no departamento médico e, mais tarde, José Bordalás quase não teve contacto com López Mateu.
Outros jogadores que recorreram a médicos ou fisioterapeutas de confiança por falta de confiança nos médicos do time são Gabriel Paulista ou Dimitri Foulquier.
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