O CaixaBank defende a estabilidade política. O CEO do grupo bancário, Gonzalo Gortázar, garantiu esta terça-feira, durante a apresentação dos seus resultados trimestrais, que “estamos numa situação de menos estabilidade do que todos gostaríamos”. O banqueiro apresentou queixa à classe política”consenso e maiorias “que nos permitem abordar a melhoria estrutural da economia e o crescimento da produtividade”.
“Devemos seguir o caminho da consolidação fiscal no médio e longo prazo. E isso tem de ser obtido por ampla maioria para não corrermos o risco de eleições sucessivas”, afirmou Gortazar. A perguntas da imprensa, acrescentou que, apesar dos bons dados de crescimento revelados hoje pelo INE – 0,7% enquanto a estimativa foi de 0,3% – “vemos com saudável inveja os números de Portugal em termos de redução da dívida pública e do défice público”.
O CaixaBank ganhou 1.005 milhões de euros até março, ou mais 17,5%. O grupo bancário aumentou as receitas de serviços em 1,3% no primeiro trimestre do ano, até 1.197 milhões de euros; 15,8% das receitas provenientes de gestão de património e 6,9% de seguros de proteção. Tudo isso ajudou a compensar a queda nas tarifas bancárias, que caiu 10,8% para seus 20,1 milhões de clientes.
Mais de 50% do lucro em impostos
Gortázar destacou o impacto do imposto bancário, que afecta particularmente a entidade porque concentra a maior parte das suas atividades em Espanha. Até ao momento, este ano, a entidade pagou 493 milhões de euros pelo imposto, que tributa os rendimentos (não os lucros) de entidades de maior dimensão). “A carga tributária do trimestre atingiu 1,135 milhão, uma carga muito alta (…) e mais de 50% do lucro”, assegurou Gortázar.
Enquanto especificamos a fórmula com a qual o Executivo finalmente tornará permanente este imposto que nasceu como temporário, o banqueiro questiona-se sobre o seu impacto na produtividade das grandes empresas. “Estamos sendo penalizados apesar de as grandes empresas tenderem a ser duas vezes mais produtivas”, disse ele.
O imposto bancário é uma penalidade arbitrária para o setorCEO do CaixaBank
Sobre o imposto, que chamou de “penalidade arbitrária ao sistema circulatório da economia”, Gortazar voltou a negar que os lucros do sector sejam extraordinários. “Isto não se justifica por rentabilidade exagerada“, ele disse. Neste sentido, comparou a sua rentabilidade (ROE), que é de 13,4%, com o ROE médio do íbex, que é de 17%, bem como com o alcançado nos últimos anos. “Entre 2010 e 2021, tivemos um retorno sobre o patrimônio muito baixo, em torno de 4,8%. Mesmo tendo havido recuperação, essa rentabilidade ainda é baixa e não atinge a média da economia”, acrescentou Gortazar.
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