Quando soubemos que Cristiano Ronaldo iria ficar no banco de Portugal por confronto com o seu treinador, Fernando Santos, surgiu uma interrogação. Portugal notará isso contra a Suíça? O seu substituto, o jovem Gonçalo Ramos, respondeu de imediato, a 103 quilómetros por hora, à velocidade com que marcou o primeiro golo português da seleção suíça, aos 17 minutos. Foi o grande golpe da final por 6-1.
Pepe, ex-colega de Cristiano, entrou como um búfalo após escanteio e marcou 2 a 0 depois de meia hora. Lá, Cristiano foi visto abraçando o grupo, ainda que com aquele sorriso de boneco de cera que ele tem. De máscara. Portugal voou sem ele. Para piorar a situação, Gonçalo Ramos deu o último golpe à Suíça no início da segunda parte, com um toque subtil que abriu um túnel entre as pernas do guarda-redes Sommer (3-0). Tudo corria bem, melhor, para a seleção portuguesa sem a sua estrela. No banco, o Santos saboreia a dupla vitória.
E ainda mais quando, com Cristiano a aquecer na ala, um coro português acabou por fazer o 4-0, assinou Guerreiro. Um grande dia para a sua equipa e um brinde à infinita autoestima do Ronaldo. Ainda havia mais uma punição para ele. Gonçalo Ramos, o jovem do Benfica de 21 anos que foi convidado para o substituir, marcou o quinto golo de Portugal com um remate a Sommer. “ ‘ Hat trick’ para o novato” . O tempo dirá se ele é uma estrela. É para isso que Ronaldo está ficando sem tempo.
Cristão, a lei da vida, viu sua tocha apagada. Mas alguém com seu ego acha difícil aceitar o crepúsculo. Provavelmente era para terminar assim. Em desacordo com o mundo que já foi seu. Já ausente do Manchester United e substituindo seu time durante a quinta e última Copa do Mundo. Portugal não sentiu falta do homem que está no comando há tanto tempo. A seleção portuguesa colocou Carvalho e Otávio para preencher as lacunas. Ele retirou Cancelo e colocou Dalot no grupo em seu lugar. E deixou o omnipresente Bernardo Silva e o ressurgente João Félix torturarem os suíços com as suas manobras, os seus lances e os seus passes no buraco.
Considerando
A Suíça organizada é uma equipe confiável. Judicioso. Um daqueles que segue o roteiro. Mas não tem o sal dos portugueses. O futebol deles carece de sabor. Ele queria um dos seus, o veterano Shaqiri, que jogou pelo Liverpool e agora joga pelo Chicago Fire., apimenta o duelo com um livre direto que Diogo Costa defende com as pontas das luvas. Um pouco mais. Schär e Akanji, tão confiantes como sempre, não conseguiram reforçar a defesa suíça. Silva, João Félix e Bruno Fernandes se contorciam. Nas curvas, Dalot e Guerreiro deram opções. Juntos, eles condenaram a Suíça sem chegar à metade das oitavas de final. Marrocos espera Portugal, carrasco da Espanha, nas quartas de final.
A Suíça deixou claro que a Copa do Mundo lhes deu as costas, mas manteve o mastro erguido enquanto descia. Akanji, zagueiro central do Manchester City, fez 4 a 1 em cobrança de escanteio. A derrota inventou algo. Enquanto tudo isso acontecia em campo, Cristiano continuava trotando de terno. Quando finalmente entrou em campo, aos 74 minutos, no lugar de Gonçalo Ramos, seu substituto, já estava tudo acertado em 5-1. Pepe, sim, deu-lhe a braçadeira de capitão. Respeito por sua lenda. Este gesto não poupou Cristiano de mais uma piscadela cruel. Ele marcou o que poderia ter sido o sexto gol do seu time. O árbitro anulou o jogo por impedimento, situação em que começa a se encontrar um atacante histórico cujo preço está caindo. O 6-1 não foi dele, mas sim do Leão, outro jovem desta equipa que aspira a tudo no Qatar.
Depósito
Portugal-Suíça (6-1)
Portugal: Diogo Costa, Dalot, Pepe, Rúben Dias, Guerreiro, Carvalho, Otávio (Horta, min. 74), Bruno Fernandes (Leão, min. 85), Bernardo Silva (Neves, min. 81), João Félix (Vitinha, min. 81). 74) e Gonçalo Ramos (Cristiano Ronaldo, min. 74).
Suíço: Sommer, Fernandes, Akanji, Schär (Comert, min. 46), Rodríguez, Freuler (Seferovic, min. 54), Xhaka, Vargas (Okafor, min. 66), Sow (Zakaria, min. 54), Shaqiri e Embolo ( Jashari, minuto 89).
Metas: 1-0: minutos. 17, Gonçalo Ramos. 2-0: minutos. 33, Pepê. 3-0: minutos. 50, Gonçalo Ramos. 4-0: minutos. 56, Guerrero. 4-1: minutos. 57, Akani. 5-1: minutos. 67, Gonçalo Ramos 0,6-1: min. 92, Leão.
Árbitro: César Ramos (México). Ele repreendeu Schär e Comert.
Incidentes: Oitavas de final da Copa do Mundo do Catar, disputadas no Estádio Lusail.
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