A angariação de fundos europeus parece ser um dos comboios que os territórios despovoados podem tomar para avançar. Reconhecendo isso, algumas instituições e grupos vêm trabalhando há algum tempo para se beneficiar dos milhões do fundo comunitário. Alguns dos responsáveis por esta gestão reuniram-se na passada segunda-feira no âmbito do Conselho de Administração da Fundação D. Afonso Henriques (FRAH) apresentar as propostas que esta instituição apresentará ao programa de cooperação transfronteiriça de Espanha e Portugal (poctep).
Na época, já parecia que uma das iniciativas que incorporariam a proposta seria financiar o Centro Europeu de Inovação Digital vinculado à “economia de prata”, prioridade máxima da Diputación de Zamora, que faz parte do conselho de administração. No entanto, este não será o único projeto angariado pela FRAH, que tem traçado um roteiro com mais ideias que procuram financiamento com base na criação de ligações hispano-portuguesas.
Um dos objetivos mais importantes é a “inovação na promoção do empreendedorismo” nas zonas fronteiriças. A ideia é executá-lo por meio da formação de equipes”Timmis“, cujo nome advém da descrição de determinados grupos que serão “transfronteiriços, inclusivos, multidisciplinares, multiculturais e com uma visão internacional sustentável”.
Essas equipes trabalharão para resolver uma das questões prementes dos territórios: Dreno cerebral. O despovoamento e o envelhecimento já estão prejudicando as regiões a ponto de os jovens formados partirem para outras localidades após a conclusão dos estudos.
times juvenis universitários
Mais concretamente, a proposta “visa a criação de novos negócios com equipas de jovens universitários”. O arranque destas empresas facilitaria a redução do desemprego e permitiria um enquadramento para promover o empreendedorismo “e evitar a fuga de capital humano”, conforme explicou, após a reunião do conselho de administração, o Conselho Provincial.
Além dessa abordagem, Fundação D. Afonso Henriques Também trabalhará para obter fundos europeus para financiar a proposta “Concept Note Terras de Trás-os-Montes-Zamora”. Este plano visa “estabelecer um sistema permanente de trabalho entre as duas zonas fronteiriças em que sejam sistematicamente envolvidos todos os agentes relacionados com os objetivos de prevenção e combate aos incêndios florestais”.
Desnecessário mencionar os danos sofridos por Zamora este verão por causa dos incêndios, uma dura realidade que a província e os habitantes da parte portuguesa enfrentam juntos. Incêndios de um lado podem pular para o outro com relativa facilidade, então unir forças parece muito prático, especialmente agora que as condições climáticas nos fazem pensar nos meses de verão de alto risco na região.
Por outro lado, entre os últimos projetos apresentados pelo FRAH O Poctep inclui um programa de cooperação para a promoção das comunidades energéticas de Zamora e Bragança ou uma iniciativa de promoção do empreendedorismo no sector da “economia de prata”, área em que a província pretende também colaborar com instituições vizinhas, incluindo os territórios também marcados por problemas de envelhecimento.
A obtenção de fundos para estas propostas fortaleceria as linhas de colaboração entre Zamora e as regiões fronteiriças portuguesas, vínculo que parece muito relevante na opção pelos recursos oferecidos pela Europa.
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