Gabriel O Pensador afirma em Lisboa que o Brasil precisa de políticos “sérios” e recomenda “um retrocesso na relação de classe política”

O Brasil “tem problemas crônicos que só podem ser resolvidos por um governo em um curto espaço de tempo” e para resolvê-los “são necessários políticos sérios”, defende o rapper brasileiro Gabriel O Pensador em entrevista.


Eduardo Lobão, Agência Lusa



“Somos credenciados no Brasil. O Brasil tem problemas crônicos que não podem ser resolvidos por um governo em curto espaço de tempo, por isso precisa de políticos sérios, não só na presidência, mas não no Senado, na Câmara dos Deputados, em todas as prefeituras, em todos os Estado governamental. . . “O problema é sério”, acredita.

Em Portugal para alguns concertos e para promover “Antídoto Pra Todo Tipo de Veneno”, o seu primeiro álbum lançado em mais de 10 anos, Gabriel o Pensador diz que é hora de mudar.

“Vamos agora.” Conseguimos mudar esta ou aquela política. E espero voltar completamente. Mas sim, acredito nisso com a contribuição de duas cidades, e foi por isso que fiz isso. Procuro incentivar as pessoas a saberem que o seu papel também não é cotidiano, não é só nas escolhas, é importante. E assim as pessoas podem provar que o Brasil vai progredir”, acrescenta.

O Brasil, sublinha, atravessou tempos que levaram a muitas coisas importantes.

“Uma questão ambiental, uma questão indígena. A educação, a cultura, tantas áreas negligenciadas pelas populações devem ser ocupadas. Mas também faz parte de cada um de nós, não só fazer a nossa parte, mas cobrar. “Não apenas aplaudir o seu candidato eleito, mas cobrá-lo de todos, sempre em tempo integral, cobrar, acompanhar e informar”, Vinca.

Gabriel O Pensador reconhece a dificuldade, sobretudo por parte dos brasileiros, de não aceder à informação e sublinha que a humanidade “está preguiça de divulgar na informação”, e não se abre “à procura de informações opostas ou contraditórias”.

“O problema também é que as pessoas estão a abandonar tudo porque só estão a passar de dois políticos e não do nosso lado. É verdade que o mundo muda na mente, como o falo na música: “o mundo muda na mente, quando a mente muda, quando a mente muda, as pessoas se enfrentam. Quando as pessoas governam, ninguém governa as pessoas’”, recita ele.

Eu não financio, ou o Brasil “especifica higiene mental”.

“Mesmo depois de tantas guerras políticas entre cidadãos comuns manipulados por políticos, a tal ponto que as pessoas não deveriam mais saber que a cultura bipartidária do Brasil não determina como se luta por votos, as pessoas não deveriam mais ser novas em suas relações com a classe política em geral, ” ele declara.

O resultado leva a uma divisão, em que as pessoas “preferem raciocinar em brigadas ideológicas, numa luta sem sentido, para melhor compreenderem as coisas e protegerem-se juntas”, resume.

“Somos cidadãos contribuintes, cujos direitos foram repetidamente negados e cobardemente desprezados pelos seus líderes durante décadas. Por outro lado, existem os ele (políticos) que, quando necessário, fazem alianças. Eles se protegem, eles se defendem. Eles têm lados diferentes, posições diferentes. Tudo isso é a mesma coisa. Mas temos que aprender a voltar atrás e procurar uma forma de entender”, continua.

Aprovado pelas eleições, que Lula devolveu à presidência e que Bolsonaro afastou do poder, Gabriel O Pensador afirma que “ainda há vestígios de fanatismo político que as pessoas podem limpar um pouco mais”.

Alex Gouveia

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