O vice-ministro da Ação Cultural da Junta de Castilla y León, Mar Sancho, anunciou na AR&PA 2022 que a próxima edição da Bienal Ibérica do Património Cultural terá lugar de 12 a 15 de outubro de 2023 em Angra do Heroísmo, capital do na ilha Terceira, no arquipélago dos Açores (Portugal). A feira, que terá como lema “Tecnologia e Património”, coincidirá com a celebração do quadragésimo aniversário da declaração do centro histórico da cidade portuguesa como Património Mundial pela UNESCO, e com os “dez anos de trabalho colaborativo” uma vez que o concurso alargou as suas fronteiras para adquirir a dimensão ibérica, com a celebração da edição de 2013 no Museu de Arte Popular de Lisboa.
“A colaboração do Concelho com Portugal tem sido muito intensa nos últimos anos, na AR&PA e noutras áreas onde trabalhamos juntos em torno do património, como o sítio de Foz Côa/Siega Verde (o único sítio transnacional declarado património mundial), o Plan (no qual participa a Fundação Iberdrola), a plataforma europeia EVOCH desde 2012 e o projeto Duero Douro para a cooperação transfronteiriça de empresas e instituições de ambos os lados da linha”, disse.
Sancho lembrou que há dez anos se propôs promover sinergias e a transferência de entidades e empresas de ambos os lados da fronteira, transformando o evento em “uma feira única no âmbito ibérico em torno do Patrimônio Cultural, que alternará um ano em Castilla y León e outro noutra região de Portugal”. Além disso, salientou que em 2016 Portugal foi o país convidado do evento, o que “permitiu aumentar as alianças e representou uma oportunidade para as nossas empresas e os nossos profissionais colaborarem no terreno de I+D+i e investimento, de mãos dadas com os agentes económicos que veem neste sector uma oportunidade de negócio e desenvolvimento”.
No seu percurso pelos marcos da colaboração entre a Comunidade e Portugal, referiu ainda o acordo alcançado em 2018 com a Exposição Internacional de Arte e Restauro de Florença, a entidade portuguesa Spira e a Feira dos Monumentos para constituir a rede europeia do património cultural feiras, HeriFairs, “avançar nas sinergias entre as feiras mais prestigiadas da Europa em termos de avaliação patrimonial”, partilhando “uma estratégia comum” que lhes permite projectar-se “no ‘ambiente europeu’.
“A Europa, que tem feito progressos significativos na união económica, deve avançar também na união social, cultural e identitária, e não há melhor fio condutor para isso do que o património cultural”, sublinhou antes de aplaudir o lema escolhido para a próxima edição . do AR&PA, “Tecnologia e Património”, que “destaca a particular importância da aplicação das novas tecnologias na preservação do património”, e no qual se fará uma tentativa, tal como na presente edição que se realiza até Domingo, no Centro Cultural Miguel Delibes em Valladolid, para “promover a sustentabilidade na gestão e reforçar o papel dos cidadãos na fruição e valorização do nosso património cultural”.
presença portuguesa
O Diretor Geral da Spira, empresa portuguesa especializada em projetos de revitalização patrimonial com mais de vinte anos de experiência no setor, também tomou a palavra durante a apresentação da próxima edição do evento. Catarina Valença explicou que a 14ª edição do AR&PA “será uma excelente oportunidade para falar com calma sobre o património cultural à beira do Atlântico”.
Conforme anunciou, o evento vai decorrer em vários locais de Angra do Heroísmo: Centro de Interpretação, Teatro Angrense (que vai acolher os Prémios do Património Ibérico), Biblioteca Pública e Arquivo Municipal e Praia da Vitória. A Heritage Race também vai continuar e serão organizados eventos como o festival de música Patrimonio Bands, o concurso InstaHeritage (ligado ao Instagram) ou ainda uma ‘escape room’ chamada ‘Murder Mystery’, destinada aos mais novos, que ‘n’ são não acostumados a consumir patrimônio cultural.
Além disso, foi exibido um vídeo durante a apresentação da Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, Berta Cabral, que lamentou não ter podido deslocar-se a Valladolid e salientou que no arquipélago, estão “conscientes a importância deste evento para recuperar a identidade e o patrimônio material e imaterial de nossos povos”.
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