O governo alemão disse na quarta-feira que espera pouco crescimento econômico este ano, em vez de uma contração, em um momento em que a maior economia da Alemanha Europa tenta romper com a energia russa e fornece assistência financeira aos consumidores e empresas afetadas pelo aumento dos preços da energia.

A previsão para 2023 aponta para um crescimento de 0,2%, contra uma contração de 0,4% prevista em outubro, quando a Alemanha temia esgotar no inverno o gás natural necessário para abastecer fábricas, gerar eletricidade e aquecer casas. O clima mais quente do que o normal ajudou, assim como os esforços para buscar outras fontes de gás natural liquefeito, como navios em vez do gasoduto da Rússia.

A corporação estatal russa Gazprom praticamente cessou todos os embarques de gás natural para a Europa, onde muitos países apóiam Ucrânia. A Alemanha, um dos países mais dependentes do gás natural russo, não tinha portos de recepção de gás no início do ano. Tem agora três terminais na sua costa norte, com um custo de vários mil milhões de euros.

“Hoje, no início de 2023, podemos dizer: tornamos a crise administrável”, disse o ministro das Finanças, Robert Habeck, em comunicado anexado ao relatório. “Os preços altos foram e continuam sendo um fardo para os cidadãos, mas conseguimos amortecer as pressões inflacionárias.”

A Alemanha introduziu controles de preços de eletricidade e gás natural como parte de uma despesa pública adicional de € 200 bilhões, permitindo que os cidadãos comprem 80% de sua eletricidade ou aquecimento a preços fixos.

Com as perspectivas mais otimistas para a maior economia da Europa, muitos economistas preveem que os 20 países que usam o euro poderiam evitar uma recessão técnica, definida como dois trimestres consecutivos de contração econômica.

Mas a alta inflação dificulta o crescimento econômico, pois o aumento dos preços dos alimentos e serviços corroem o poder de compra dos consumidores.