É assim que saber (bom) inglês leva à alta administração

Apenas 35% dos espanhóis entre 18 e 65 anos falam inglês, segundo o Instituto Nacional de Estatística. Se isso não parece muito para você, aqui está a quadratura do círculo: desses 35%, apenas 20 conseguem em nível avançado. Isso quer dizer que sete pessoas em cada 100. Além do questionamento da televisão dublada ou do sistema educacional, os principais dirigentes espanhóis estão preocupados com o nível de suas equipes. A maioria, 55%, considera o nível “regular” e 16% o descreve como “ruim”. Apenas 5% classificam seu conhecimento de inglês no trabalho como “muito bom”, enquanto 22% consideram “bom”. Estes são os resultados de um estudo a que a EXPANSIÓN teve acesso elaborado por Plumb and Babbel. O gestor desta plataforma de aprendizagem, Cristian Silva, recorda que “num contexto globalizado em que a actividade profissional se torna cada vez mais internacional, se ambicionamos crescer numa empresa que opera em vários países, ter domínio do inglês dá-nos uma vantagem face a outros funcionários.

E a alta administração espanhola é clara quanto a isso, como revelam os dados sobre seu conhecimento da língua de Shakespeare, bem acima da média espanhola. Os altos funcionários espanhóis deram um passo importante nos últimos anos e 81,5% falam pelo menos dois idiomas e, mais precisamente, 73%, inglês e espanhol. Uma língua que é utilizada por 62,4% dos inquiridos no seu trabalho e que, quase unanimemente (95%), é considerada essencial para aceder a um cargo de chefia no nosso país. “Nos últimos anos, notamos um interesse crescente pelo aprendizado de idiomas na Espanha. Especificamente, temos muitas empresas e pessoas em cargos de alto nível que sabem que o inglês é a língua dos negócios”, explica o especialista.

medo de ser julgado

Claro, ainda há muito o que fazer. Dos 73% que dizem falar inglês, apenas 58% têm nível alto ou médio-alto, enquanto 32% dizem ter nível médio. 10% têm um nível baixo. Às vezes o conhecimento é mais do que somos capazes de projetar por causa da vergonha feita na Espanha, e isso é que 82% dos espanhóis não se sentem confortáveis ​​com seu sotaque ao falar inglês. Entre os chefes, 40% esbanjam confiança e apenas 32% se preocupam sobretudo em não serem compreendidos; 21,5% temem que seus colegas julguem seu nível. Os espanhóis, criticam?

O ditado “o mal da consolação de muitos tolos” também é confiável no estudo de Sondea e Babbel. Se nos compararmos com os nossos vizinhos italianos, franceses e portugueses, metade dos inquiridos considera que estamos ao mesmo nível que eles.

O que é unânime é a forma como ele consegue se virar nessa linguagem. Entrevistados que trabalham para uma multinacional55% disseram que saber inglês lhes deu oportunidades de emprego, enquanto 30% indicaram que, embora não tenha sido determinante na sua carreira profissional, ajudou-os a desempenhar melhor as suas funções. Essas funções são rotineiras para um gestor: 50% dos gestores destacam o envio e-mails em inglês como uma de suas tarefas recorrentes. Seguido de perto por videochamadas ou ligações, fazendo parte da rotina de 41% deles. Para 36%, o conhecimento é necessário presencialmente, e 31,97% dizem se comunicar nesse idioma com seus colegas.

O relatório também inclui como os líderes acham que o nível de idiomas em nosso país poderia ser melhorado. A maioria dos consultados concorda que ter uma experiência educacional no exterior é uma das melhores maneiras de conseguir isso: 89% dos gerentes espanhóis consideram importante aprender o idioma e 41% o descrevem como “essencial”. 45% também afirmaram ter algum tipo de experiência educacional ao ar livre. Nesta área, segundo os dados, em nosso país ainda há trabalho a ser feito, já que 43% dos gestores espanhóis acreditam que o inglês não é suficientemente importante nas faculdades, universidades e escolas de pós-graduação. “Os executivos espanhóis identificam uma lacuna entre a demanda por habilidades de inglês no local de trabalho e o nível real de proficiência no idioma. Além disso, consideram que o sistema educacional não preenche adequadamente essa lacuna e que é preferível ter experiências educacionais fora da Espanha, ” diz Silva.

E sim, existe uma elite de dirigentes que não só fala inglês, mas também outras línguas: 27% falam pelo menos três línguas estrangeiras. 21,18% afirmam falar francês, enquanto 9,9% e 8,7%, respectivamente, o fazem em italiano e alemão. O que está claro é que o perdido na tradução e os negócios não são bons companheiros.

Suzana Leite

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