Liliana De Faria carrega na alma as canções de Portugal

Sobre o fado, a expressão mais representativa de Portugal, o poeta Fernando Pessoa disse uma vez: “O fado é o cansaço da alma forte, o olhar de desprezo de Portugal para com o Deus em quem acreditou e que também o abandonou”. Para a cantora luso-venezuelana Liliana De Faria é também cantada poesia que faz vibrar a sua alma.

Por ocasião do Dia de Portugal, comemorado na segunda-feira, De Faria, com a Orquestra Sinfónica da Venezuela, prepara um concerto em que o fado e a música tradicional lusitana vão invadir os espaços da Aula Magna da Universidade Central neste domingo da Venezuela, 16 de junho. , coincidindo com o Dia dos Pais.

Sob a direcção do realizador Alfredo Rugeles e arranjos de Pedro López, o concerto terá início com uma homenagem instrumental ao maestro Antonio Fragoso, sobre o tema Nocturno Portugues, seguida de clássicos tradicionais como Coimbra, Abril em Portugal, Ó Laurindinha, Menina você está em Janela qualquer Cheira − Lisboa.

Foto: Andrés Torres

Esta é a segunda vez que De Faria é contratado para actuar na data nacional portuguesa. A primeira vez foi há três anos e, como flautista formada pelo Conservatório Simón Bolívar, foi “um sonho tornado realidade” ter a oportunidade de estar no palco ao lado de um diretor da Orquestra Sinfónica, que acompanha desde o Anos 90. eventos organizados pela Embaixada de Portugal.

Para ela, a música serve de ponte para unir culturas, por isso o evento não será exclusivo, e garante que nas apresentações anteriores o público venezuelano não só tem sido muito elevado, como até ultrapassou os próprios lusitanos.

“Somos o legado para continuar a manter a parte musical e cultural dentro do nosso país e interessar os outros, principalmente os jovens, para que nos possam substituir”, expressou.

O Fado, declarado património cultural imaterial pela UNESCO, é geralmente acompanhado apenas por guitarra espanhola e portuguesa. No entanto, De Faria sublinha que a incorporação de outros instrumentos, como tambores ou trompetes, faz parte de um processo de modernização que, em vez de distorcer a arte, aproxima-a das gerações mais jovens.

Quanto à poesia que perpassa suas letras e traz à tona a nostalgia e a melancolia em sua voz, ele observa que ela exige uma conexão com as emoções, sejam elas tristes ou felizes, inspiradas nos diferentes momentos de sua vida.

“Não é que você tenha que lembrar das coisas ruins, mas que tudo isso te leva a uma mistura de sentimentos e te conecta a muitas coisas que você já viveu”, esclareceu o artista.

O Embaixador de Portugal, Carlos Amaro. Foto de Andrés Torres

Por seu lado, o Embaixador de Portugal, Carlos Amaro, disse que o concerto representou “uma verdadeira mistura de culturas”, que procura homenagear os mais de 200 mil portugueses que vivem no país.

Indicou que há anos que o Presidente Lusitano, Marcelo Rebelo de Sousa, tem a tradição de celebrar o Dia do seu país além-fronteiras. Este ano o presidente visitou a ilha africana de Cabo Verde, com a qual partilha uma herança como membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, mas não descarta que no futuro possa vir à Venezuela nesta data.

Os bilhetes para o concerto podem ser levantados gratuitamente esta quarta-feira e poucas horas antes da apresentação na bilheteira da Aula Magna. De Faria disse que é esperado um grande público, já que alguns ingressos foram vendidos na segunda-feira.

@JJFlores94

Filipa Câmara

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